Conferência O JOGO | "Quantas medalhas europeias em masters tem Portugal, alguém sabe?"
A categoria de desporto veterano está em crescimento e no andebol até dá medalhas europeias
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As competições de masters têm cativado cada vez mais interesse e adesão. A questão que se colocou, ontem, na III Conferência d’ O JOGO foi no sentido de perceber como tornar este segmento do desporto sustentável. Uma coisa ficou clara: precisa de investimento publicitário e incrementar a receita. Pedro Soares, diretor da AF Porto, prefere que o “caminho seja menos competitivo”, de modo a consolidar “uma vertente mais lúdica”.
A expansão da categoria de veterano de futebol é um fenómeno com contornos distintos à experiência de Luís Camarinha no andebol e de Rui Borges no atletismo. De qualquer forma, este segmento desportivo tem um enorme impacto em atletas que terminaram o desporto de alto rendimento e até amador. Já Luís Camarinha apela a uma reestruturação do modelo, por forma a que o atleta “deixe estar a viver ‘do’ e passe a viver ‘para’ o andebol”. Ou seja, propõe uma redução da carga de jogos que ocupam, atualmente, 16 fins de semana.
O futebol aqui também é rei, como demonstrou Pedro Soares, diretor da AF Porto, que prefere que este segmento desportivo tenha uma vertente mais lúdica e também outra visibilidade.
Apesar da popularidade dos masters, Camarinha refere que “é muito difícil arranjar patrocínios” e pergunta: “Quantas medalhas europeias em masters tem Portugal, alguém sabe?”. Pois, a resposta ficou pendente, mas Camarinha elucidou: “Portugal participa nos europeus de masters em andebol, desde 2015. Foram nove temporadas e temos nove medalhas: seis primeiros lugares, dois segundos e um terceiro”.
É, de facto, significativo, porém, reforça Luís Camarinha, “se a comunidade desportiva não sabe disso, como é que as empresas vão patrocinar?” Outra questão pertinente para a qual a única resposta é... “comunicação... divulgação”, disse Camarinha, apresentando um breve relatório de custos: “Para o Europeu, na Finlândia, foram precisos 30 mil euros só para uma semana para 22 pessoas... é muito difícil ir buscar medalhas”.
Rui Borges, presidente do Maia Atlético Clube, vê um “fenómeno viável” e aproveita para lançar o desafio no sentido de “criar mais estruturas, recintos para a prática”. A proposta “não é direcionada apenas às autarquias, mas também aos clubes e federações”, aponta o dirigente, ambicioso, já que pretende que o clube maiato “cresça no feminino”.