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Depois de Fiães, Esmoriz e Arouca agora foi a vez de Zé Pedro colocar o Cesarense na II Divisão. Entre as quatro equipas há um factor comum: todas chegaram pela primeira vez a este patamar do futebol português sob o comando do treinador, que já acertou a continuidade por uma época. Aos 44 anos, Zé Pedro, natural de Lourosa, ambiciona chegar mais longe, mas salienta que no futebol "vive-se muito à custa do factor C (de cunha)". "Há treinadores que por muito menos têm desafios muito maiores, mas ainda não chegou a minha hora. É preciso paciência e eu sei esperar", afirma Zé Pedro, que jogou dez anos na I Liga (quatro no Portimonense e seis no Marítimo).
Apesar do final feliz, a época não foi fácil. "Foi complicado até Dezembro, porque não conseguíamos entrar no ritmo da III Divisão. Foi difícil para mim implantar a minha maneira de trabalhar e se os jogadores tinham dificuldades em acompanhar o meu ritmo tive que ser eu a adaptar-me aos atletas", explica, confessando que chegou a pôr o lugar à disposição. Com alterações no início do ano os resultados apareceram, o Cesarense garantiu a presença na segunda fase e acabou por subir. Mas fica um lamento: o "pouco carinho" que os adeptos transmitiam à equipa. "Por vezes, a equipa sentia-se mais segura a jogar fora", termina.
Loira de olhos azuis como fisioterapeuta
Como é trabalhar numa equipa de futebol masculina? "É mais fácil trabalhar com homens do que com mulheres. São mais práticos", defende Raquel Almeida, a fisioterapeuta da equipa há quatro anos. Está, por isso, habituada a lidar com as "bocas" das bancadas. "Já ouvi desde insultos até piropos. Ignoro e às vezes rio-me". Apesar de ter sido uma época complicada em termos de lesões, garante que os jogadores não se fazem de lesionados para serem frequentadores de um posto médico liderado por uma mulher loira e de olhos azuis.
Agora pede-se muito apoio
O Cesarense tem cerca de 400 associados, nem todos com as quotas em dia, e está já a preparar uma campanha de angariação. Luís Pinho acredita que esse número vai aumentar, já que "todos os cesarenses estão empenhados e motivados". O presidente pede também o apoio das empresas e dos particulares, uma vez que as despesas vão aumentar, sem adiantar o orçamento.