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De elementar justiça: Varela é estreia absoluta nos convocados de Carlos Queiroz para o Portugal-China de afinação do Mundial'2010. Coincidência: as características de Varela não cabiam no modelo formatado pelo Sporting, a custo zero saiu, após cedências ao Setúbal, Huelva e Estrela da Amadora, e atinge o zénite da carreira em vésperas de regressar a Alvalade pelo emblema que o recuperou e lhe deu visibilidade: o FC Porto. Desengane-se quem achar que não há erros de palmatória em certas avaliações...
A competição próxima da Selecção A é, entretanto, conjugada com a dos sub-23 e sub-21. Espaços-trampolim importantes para adquirir tarimba. Ora, se é nesse enquadramento que se pode perceber, embora com alguma dificuldade, a chamada de Rúben Micael aos sub-23 - está na cara a sua presença no Mundial da África do Sul - é interessante verificar quais as "canteras" mais requisitadas.
O total de jogadores chamados às três selecções é, de facto, revelador das linhas de gestão dos seus clubes de origem. E se a afamada formação do Sporting está representada por 10 convocados, o número de portistas chamados (16) pode causar surpresa, mas apenas para quem anda distraído ou só está atento ao que é mediatizado em excesso.
O sucesso do topo de uma pirâmide futebolística, a médio e longo prazo, só tem, efectivamente, duas vias. Ou semeando para poder colher, através da formação, ou pelo investimento em craques de retorno discutível - e défice identitário.