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O Tribunal de O JOGO não concorda com as críticas ao trabalho da equipa de Vasco Santos na Luz e é unânime em considerar bem anulado o golo de Luisão, já em compensações. No entanto, Jorge Coroado admite que Roberge terá cometido uma grande penalidade aos 32' e que Coentrão poderia ter visto vermelho aos 82'. Opiniões não sustentadas pelos restantes colegas de painel
Momento mais complicado
32' Roberge comete grande penalidade?
Jorge Coroado
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Roberge faz um movimento deliberado com o braço na direcção da bola. Por isso ficou por assinalar uma grande penalidade. Pedro Henriques
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Roberge estava de costas para a bola e não vê a sua trajectória. Esta vai na direcção do seu braço, acabando por lhe tocar de forma não deliberada. Paulo Paraty
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Roberge volta as costas à bola e, com um movimento normal, roda o braço, e o esférico acaba por lhe atingir o membro, estando o jogador de costas. Não há acção deliberada.
Outros casos
57' É bem mostrado o cartão amarelo a Aimar por alegada simulação?
59' Rafael Miranda devia ter visto segundo amarelo e vermelho?
82' Coentrão deveria ter sido punido por cotovelada a Djalma?
90'+1' É bem anulado o golo de Luisão?
90'+5' Os festejos de Coentrão com os adeptos mereciam acção disciplinar?
Jorge Coroado
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Eventualmente porque comprometido com a simulação de Aimar num lance anterior, o árbitro entendeu por bem punir aqui o jogador do Benfica, quando realmente ele sofreu falta.
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Rafael Miranda foi ao solo disputar a bola e acabou por rasteirar o adversário, mas de modo algum se justificava acção disciplinar.
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Coentrão foi objectivo no gesto efectuado, atingindo deliberadamente o adversário com o braço direito. Ficou o vermelho por exibir e livre directo por assinalar.
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Foi um lance bem avaliado pelo árbitro, pois Cardozo obstruiu ostensivamente o guarda-redes. O livre foi bem decidido e, obviamente, o golo não tinha razão de ser.
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De modo algum se justificava acção disciplinar. O jogador foi festejar o golo, mas não foi exuberante, e o público é que invadiu espaços não autorizados.
Pedro Henriques
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O árbitro entendeu que Aimar simula ter sofrido infracção e advertiu-o por esse motivo. Mesmo com recurso às repetições, não é claro, pelo que lhe dou o benefício da dúvida.
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Rafael Miranda é negligente na forma como agarra e rasteira o jogador do Benfica. De resto, a infracção é junto à bandeirola de canto, em zona sem perigo.
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Djalma é tocado por Coentrão com o braço. É um lance difícil de ver, porque a bola estava noutro local, mas houve infracção para livre directo e cartão amarelo.
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Correcta a decisão do árbitro, pois é clara e evidente a carga de Cardozo, dentro da área de baliza do Nacional, sobre Marcelo.
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Nenhuma irregularidade foi cometida nos festejos do golo, e aceita-se o tempo de demora do jogador, em função dos factos.
Paulo Paraty
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O árbitro entendeu haver simulação, e parece-me uma interpretação exagerada. Mas o árbitro tem melhor visão do que aquela que a televisão nos proporciona.
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Parece-me uma falta normal, e fez bem Vasco Santos em não exibir cartão amarelo. Tal como não o fez aos 66', em situação análoga, a Aimar.
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Há efectivamente um movimento de Coentrão sobre Djalma, mas considerar haver cotovelada de Coentrão parece abusivo. Bem decidido.
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Cardozo procura o contacto físico com o guardião Marcelo, impedindo-o de disputar a bola. Boa decisão do árbitro.
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Coentrão apenas se dirigiu para a zona dos seus adeptos, comemorando o golo e não cometendo exageros. Não há lugar a qualquer punição disciplinar.
Apreciação global
Arbitragem com dualidade de critérios, sobretudo o disciplinar. Quando, aos 24', não admoestou Maxi Pereira, que cortou uma jogada prometedora, o árbitro identificou o comportamento que iria ter: falho de personalidade e autoridade. Pedro Henriques
Jogo intenso, com nervos à flor da pele e muitas ocorrências, no qual, claramente, os melhores em campo foram Vasco Santos e os seus assistentes. Paulo Paraty
Por tudo o que foi dito atrás, pode verificar-se que Vasco Santos esteve bem nas decisões mais importantes do jogo. E tendo em linha de conta o nível emocional que o jogo atingiu, nada a obstar ao seu desempenho.
