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1 | E uma onda de solidariedade se levantou, não exactamente um tsunami, mas o suficiente para constipar o tema e voltar a trivializá-lo: Rui Rio faz muito bem em não se misturar com a porcaria do futebol, sendo que futebol, neste contexto, é primeiro nome. O apelido, impronunciado pela maioria dos cronistas, é Clube do Porto. Ocorre perguntar - não a estes, por coincidência todos de Lisboa - que mais instituições de projecção internacional pode a Câmara Municipal portuense usar como atestados da matéria cinzenta activa entre a Circunvalação e o rio Douro? A questão nunca foi como pode o FC Porto valer-se da Câmara; foi sempre como poderão os portuenses, ou até os nortenhos em geral, começar um dia destes a valer-se do FC Porto. Extrapolando para o nosso agradável cenário nacional, estes senhores tão obviamente neutrais nas opiniões teriam de achar abominável que o futuro Governo pegasse nas poucas empresas que se desenrascam sem parcerias público-privadas ou concursos estatais e as exibisse lá fora como testemunhos de capacidade. E cá dentro, que era a deixa de Rio, como exemplos a seguir.
2 | Óbvio recuo do Sporting perante o franzir de sobrolho de Luís Duque, que afinal não se demitiu nem jamais pensaria em semelhante coisa, diz ele. Parece claro que pensou e ainda mais claro que fez muito bem em pensar. Desde as eleições, já verteram do Sporting sinais suficientes para várias arritmias nos adeptos observadores. Nos primeiros tempos, quem não fosse de cá haveria de moer a cabeça a pensar como faria um clube de futebol para sincronizar três presidentes: o genuíno Godinho, mais Pereira Cristóvão e Carlos Barbosa. Podendo ser outras as perturbações de Duque, não hão-de ter diferido muito no género. E ontem ficaram com ar de resolvidas.