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Apesar da contestação no São Paulo, Xandão tem tudo para dar certo no Sporting. Esta é a convicção de alguns dos treinadores que melhor o conhecem, sobretudo dos tempos do Guarani, clube onde foi formado. O JOGO ouviu três deles e todos acreditam que o ex-pupilo é um "tiro certo" dos leões. "A principal característica dele é a estatura, mas está ao nível dos principais defensores de Portugal. Não deve nada a nenhum jogador de Benfica, Sporting ou FC Porto. Embora possa parecer desengonçado, tem muita qualidade técnica, sabe desarmar e jogar", afirma João Secco, ex-director dos escalões jovens do Guarani.
Secco foi o responsável por levar o defesa para o clube depois de ouvir a indicação de um treinador de guarda-redes, Zecão, que trabalhava em Araçatuba, cidade do jogador. Nessa altura, Xandão assinou o seu primeiro contrato profissional.
A primeira oportunidade na equipa sénior do Guarani surgiu no meio do caos, durante o Campeonato Paulista de 2008. O clube lutava para não ser despromovido e tinha sofrido uma goleada. Carbone, então técnico, resolveu promover uma série de mudanças. "Convoquei alguns jogadores para o jogo seguinte, em Mirassol. Coloquei atletas jovens, mudei a minha defesa e montei a equipa com três centrais, com o Xandão livre. Naquela época ele foi sensacional", conta.
Carbone denomina o defesa como um jogador "inteligente tacticamente" e capaz de assimilar qualquer variação feita pelo técnico. "Ele é um atleta diferente tacticamente, que se encaixa em qualquer esquema. Pela inteligência, vai adaptar-se logo na Europa", completa.
Cidinho foi o último técnico de Xandão nos juniores e o responsável pela indicação a Carbone na tal revolução. Ele considerava o futebolista "afoito", mas absolve-o das culpas pelo relativo insucesso no São Paulo, onde chegou depois de uma excelente época no Grémio Barueri, em 2009. "Ele chegou às minhas mãos com 16 anos, era muito afoito, pois gostava de ir para o meio, mas aprendeu a posicionar-se e virou um grande central", diz Cidinho. "No São Paulo, a torcida contesta todos os jogadores e sobra principalmente para os que jogam atrás. Acho que vai ser bom para ele sair. O futebol português é força, tamanho, ele vai dar-se bem", conclui.