Corpo do artigo
O Braga não ganha quando começa a perder. Matheus não brilha sempre que faz parte do onze. A equipa não funciona quando não joga em 4x3x3. Estas três verdades deixaram de ser absolutas e devem agora ver os tempos verbais alterados. A vitória arsenalista não serviu apenas para esquecer o pesadelo no Dragão, mas também para reforçar o estatuto de candidato ao título e abater três traumas antigos. Um por cada golo. A superação de uma desvantagem (a sexta na Liga) é um excelente prenúncio para o que falta jogar e aumentará a crença em situações desfavoráveis. A exibição consistente de Matheus (primeiro golo como titular) amplia as opções de Domingos Paciência, mesmo para uma táctica diferente, que habitualmente não funciona, mas que ontem derrubou o Olhanense.
A adaptação da equipa ao novo esquema não começou por ser fácil. E se é justo dizer que a vitória arsenalista não sofre contestação, o Olhanense merece que se elogie a qualidade que preservou durante todo o jogo, 37 minutos dele acima dos níveis do Braga em diversos parâmetros: ocasiões, organização de jogo e dinâmica individual. Castro e Ukra foram um terror e, no início, fizeram de Evaldo o mesmo que Varela e Álvaro Pereira a Filipe Oliveira na semana passada.
Por ter perdido no Dragão, o Braga não podia vacilar para continuar a depender apenas de si na luta pelo título. Mas a desorganização decorrente do buraco enorme que havia no miolo não augurava muito de bom. Em menos de 20 minutos, já os algarvios contavam três oportunidades clamorosas. Jorge Costa lamentou que apenas uma desse golo. E com razão, constataria mais tarde.
O Braga é feliz na forma como Tengarrinha oferece o empate e oportunista a completar a reviravolta. Depois, acaba por ter mérito na forma como amplia o resultado e justifica o triunfo com alguns momentos brilhantes. O 2-1 bastou para a equipa serenar e voltar a pensar com a inteligência habitual. Chegou em óptima altura, mesmo que naquele momento ainda pintado com injustiça.
Apesar de tudo, o Olhanense não piorou. O Braga é que disparou. A acção dos treinadores no banco foi decisiva. Jorge Costa arriscou ao lançar Toy e Yazalde, mas Domingos fechou o meio-campo com Luis Aguiar e Olberdam, reforçando a combatividade e obrigando os sectores a jogarem mais próximos. Confortável num figurino muito parecido com o habitual, o Braga não voltou a ser ameaçado em lances de bola corrida e controlou os últimos 20 minutos com segurança. Com os três pontos finais, Domingos atinge os 51 e ultrapassa, a nove jornadas do fim, os 50 conseguidos em 2008/09 por Jorge Jesus, precisamente o agora maior rival na luta pelo inédito campeonato.
Braga 3-1 Olhanense
Estádio AXA
relvado bom
9072 espectadores
Árbitro Carlos Xistra (AF Castelo Branco)
Assistentes Luís Marcelino e Jorge Cruz
4º árbitro Jorge Tavares
Treinador Domingos Paciência
1EduardoGR6
15Miguel GarciaLDa 73'5
5MoisésDC5
4André LeoneDC5
6EvaldoLE5
27Filipe OliveiraMD5
45Hugo VianaMO5
99MatheusMO6
30AlanAD5
19MeyongAVa 63'5
9Paulo CésarAEa 88'6
31KieszekGR
-
3PaulãoDC
13OlberdamMDd 73'4
10Luis AguiarMOd 63'5
22Rafael BastosMO
18RenteriaAVd 88'-
81AdrianoAV
Golos
[1-1] 21' Matheus; [2-1] 37' Evaldo; [3-1] 55' Meyong
amarelos 45' Paulo César, 65' Miguel Garcia, 71' Hugo Viana, 88' Luis Aguiar
vermelhos nada a assinalar
Remates à baliza [5] Remates para fora [6] Cruzamentos [14] Cantos [5]
Faltas [25]
Posse de bola [45%]
Jorge Costa Treinador
24VenturaGR3
18João GonçalvesLD4
6TengarrinhaDC4
49Miguel ÂngeloDC5
13Carlos FernandesLEa 61'4
27DelsonMD5
10CastroMO6
16Rui DuarteMO4
17UkraAD6
11DjalmirAVa 71'6
23Paulo SérgioAEa 61'4
-
12Ricardo FerreiraGR
26LionnLDd 61'3
2AnselmoDC
7Rui BaiãoMD
9ToyADd 61'3
22ZequinhaAV
14YazaldeAVd 71'2
Golo
[0-1] 16' Djalmir
amarelos 45' Castro, 60' Carlos Fernandes, 79' Toy, 86' Delson
vermelhos nada a assinalar
Remates à baliza [5] Remates para fora [5] Cruzamentos [19] Cantos [5]
Faltas [14]
Posse de bola [55%]