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O mítico estádio de Wembley recebe amanhã a final da Liga dos Campeões, onde se irão defrontar Barcelona e Manchester United, duas equipas às quais o estádio londrino diz muito. Aos últimos, não apenas por serem ingleses e já terem aí erguido inúmeras taças nacionais, mas sobretudo porque foi na Catedral que, em 1968, os red devils venceram pela primeira vez a Taça dos Campeões Europeus, com uma equipa que ficou para a história como os "Busby babies". Quanto aos catalães, recordam com agrado o ano de 1992, quando ganharam a primeira edição da Champions também nesse estádio, e com uma equipa não menos famosa: o Dream Team de Johan Cruyff. Por outro lado, será uma oportunidade para as equipas desempatarem o seu currículo, pois ambas têm três títulos continentais, com a curiosidade de o Barça ter ganho o último em 2009, frente ao United.
E se, no passado, estas equipas foram fantásticas e recheadas de estrelas, os plantéis hoje comandados por Alex Ferguson e Pep Guardiola não lhes ficam nada a dever. Aliás, é isso mesmo que nos explicam Jaime Graça - ex-jogador do Benfica que disputou e marcou na final de 1968 - e Rui Bento - outra ex-águia que enfrentou o Barça no jogo que deu a qualificação para a final de 1992.
Jaime Graça viveu uma das maiores desilusões desportivas da sua vida frente ao United, quando o Benfica perdeu a final de 1968. O antigo médio recorda que essa "equipa tinha alguns dos melhores jogadores do mundo na altura", destacando o "cerebral Charlton", o "genial Best" e ainda Kidd, entre outros. Ainda assim, Jaime Graça considera o actual United "superior", justificando: "Também têm jogadores que fazem a diferença, como Giggs, Nani e Rooney, possuem um grande guarda-redes e uma excelente dupla de centrais, e são uma equipa com maior capacidade de ter a posse de bola." Razões suficientes para acreditar que, dois anos depois, os ingleses vão vingar a derrota na final de Roma. Considerando que o United "está em melhor forma", arrisca mesmo um prognóstico, com vitória da equipa de Alex Ferguson por 2-1.
Rui Bento também se recorda bem do Barça de 1992, uma "equipa de luxo, com Koeman, Laudrup, Stoichkov e ainda uma série de internacionais espanhóis". E embora não goste de fazer comparações, porque "o futebol evoluiu, está mais rápido", considera que o Barcelona de Guardiola - que defrontou em 1992 - representa "o triunfo de uma ideia de jogo, de uma filosofia e cultura muito próprias do Barça". O actual treinador do Beira-Mar vê este Barcelona igualmente forte em "termos de individualidades", mas destaca que "esta equipa melhorou ainda mais a capacidade de ter a posse de bola e circulá-la com um jogo mais ofensivo". Ainda assim, não arrisca um prognóstico e espera apenas "assistir a um grande jogo entre duas grandes equipas".