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>"Soube eliminar a depressão"
O papel assumido por Sá Pinto coube por duas vezes a um seu antigo treinador: Octávio Machado. No decurso das épocas 1995/96 e 1996/97, na última das quais trocando a função de técnico adjunto pela de principal, o Palmelão não esquece quão sensível foi a primeira entrada em Alvalade em defesa da causa leonina, explicando a O JOGO qual o desafio colocado a um treinador que pega numa equipa com aspirações, quando tudo está já em andamento.
"É preciso olhar os jogadores nos olhos, estudar as sensibilidades, falar verdade, agarrar o grupo e escolher um modelo de jogo. Foi o que Sá Pinto fez, e bem", salienta o ex-líder de Sporting e FC Porto, que não esquece qual o primeiro obstáculo a ultrapassar: "Um treinador que entre num balneário nestas condições tem sempre, em primeiro lugar, de eliminar um estado de depressão. É preciso conhecer todos os jogadores, respeitá-los, fazê-los sentirem-se partes de um todo. Ora, Sá Pinto é um apaixonado motivador, mas ainda bem. Soube ir por este caminho, que é o certo. Não é burro, como alguns disseram. É um homem que tem conseguido gerir tensões e lidar com a pressão sem deixar que as derrotas sejam potencializadas e muito menos que volte um clima de euforia suscetível de conduzir a nova depressão, como eu também temo que aconteça."
À alegria instalada com Sá Pinto, Octávio destaca as opções táticas do sucessor de Domingos Paciência. "Foi encontrado um modelo de jogo adequado. O Sporting é hoje uma equipa muito mais compacta a defender, e há maior liberdade criativa e objetividade na frente. A época tem sido dura para a equipa neste aspeto devido às muitas lesões, mas Sá Pinto está de parabéns pelo que já foi feito", rematou.
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