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>"Serei capaz de juntar todos à minha volta"
É benfiquista?
Sou benfiquista, nunca o escondi. Não sou sócio, sou apenas do Tondela, do qual sou presidente da mesa AG há vários anos. Qual tem sido a sua relação pessoal com o Benfica? Costuma ver os jogos?
Vejo os do Benfica como vejo os de qualquer outro clube nacional. Não tenho nenhuma relação próxima que me permita ser um espectador atento, sobretudo no estádio. Nunca fui convidado pelo Benfica para estar em qualquer viagem, ou para estar no camarote. Conhece Luís Filipe Vieira?
Conheço bem, já do tempo em que era presidente do Alverca. Com ele trabalhavam alguns amigos meus, como José Couceiro, António Carraça e Jesualdo Ferreira. Na AF Lisboa, que o apoia, houve uma polémica com o Benfica, que tentou destituir o presidente, numa tentativa para tirar o apoio à sua candidatura. Como lê esta tentativa?
Os clubes de Lisboa foram soberanos e não só apoiaram a continuidade de Carlos Ribeiro, e bem, porque tem feito um trabalho notável na AF Lisboa, como também naturalmente e indirectamente manifestaram um apoio claro e inequívoco às nossas propostas e à nossa candidatura. Porque é que o Benfica não quer que Carlos Marta seja presidente da FPF?
O Benfica desde a primeira hora apoiou Fernando Gomes e nós respeitamos essa decisão, que é lógica. Não nota um empenho demasiado grande do Benfica nisso?
Tem de perguntar aos dirigentes do Benfica. Incomoda-o?
Absolutamente nada. Quando entrei neste processo já sabia desse apoio, portanto não tenho que ficar magoado com essa posição. Compreendo-a, aceito-a, respeito, de um ponto de vista institucional e pessoal. Ao receber o apoio de Luís Duque acabou por criar uma certa cisão no Sporting, com Godinho Lopes a afirmar que esse apoio é meramente pessoal...
Vejo-o como um apoio pessoal, de um amigo de há longos anos. Tivemos lutas na FPF, nessa altura também, veja, para criar a Liga. Nessa altura estivemos sempre do mesmo lado na necessidade de criar um organismo autónomo que permitisse a autonomização do futebol profissional. Fizemos uma longa amizade e agora tive o apoio pessoal dele, o que registo com muito agrado e com muito apreço. Mas não lhe vale um voto...
Essa é uma posição que depende dos clubes, mas nós, naturalmente, respeitamos essa posição. Alguma vez falou com Pinto da Costa?
Conheço-o dos tempos em que estive na AF Viseu. Depois disso nunca mais voltei a falar com o Sr. Pinto da Costa. Fernando Gomes tem, como já se percebeu, uma boa relação com os clubes. E o Carlos Marta, que relação tem?
Uma relação de grande independência, que é o mais importante. Se for eleito presidente da FPF, procurarei exercer essa magistratura de influências com autonomia e independência em relação aos grandes e a todos os restantes clubes do futebol português. Se for eleito não o fragiliza não ter o apoio dos principais clubes?
Não. Depois da eleição, seguramente que serei capaz de juntar todo o futebol à minha volta para aquilo que é essencial. Que o futebol seja mais forte, mais poderoso e melhor.
