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No dia em que o Beira-Mar apresentou publicamente o projecto de constituição de uma SAD (sociedade anónima desportiva) para gerir o futebol que será votado pelos sócios, em assembleia geral, na quinta-feira, a Imprensa suíça anunciou, na internet, a compra do clube português pelo presidente do Servette, Majid Pishyar. Este, mesmo sem saber se poderá assumir a liderança financeira de uma futura SAD aveirense, da qual deterá 80 por cento, já tem capital investido no clube, a rondar os 500 mil euros, que foi recentemente posto à disposição da Direcção para fazer face a compromissos urgentes. António Regala, presidente do Beira-Mar, assumiu que o potencial investidor iraniano "já ajudou" o clube. "Temos vindo a conversar desde Outubro, e ele próprio já esteve cá por duas vezes, assistiu aos nossos jogos em Aveiro contra o Benfica e o Porto."
À Imprensa suíça, o líder do clube do segundo escalão suíço, treinado por João Alves, confirmou os encontros e deu o negócio como certo. "Comprei o clube unicamente no interesse do Servette", afirmou, citado pelo jornal "Tribune de Genève", onde se liam também promessas de "benefício comum", a contar com o apoio da "forte comunidade portuguesa de Genebra": "As bandeiras dos dois clubes estarão em ambos os estádios. Isto facilitará sinergias e a possibilidade de contar com jogadores portugueses experientes."
Estas declarações foram feitas depois de, em Aveiro, António Regala ter anunciado o modelo de SAD a sufragar pelo sócios - como previa o programa de candidatura da Direcção -, visto como um projecto de futuro, mas que terá domínio total de Pishyar, pois o investimento do magnata iraniano, além de solver o passivo do clube a custas próprias - ronda os cinco milhões de euros - fica com 80 por cento do capital da SAD a formar com um milhão de euros, enquanto ao clube restarão 15 por cento. "O Beira-Mar terá direito de veto na administração", referiu Regala, que pode ser o líder executivo da SAD.