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Artur
Se o Benfica não deixou Alvalade com um resultado bem mais dilatado, em muito o pode agradecer a um verdadeiro Rei Artur, que não merecia ter perdido pontos no outro lado da Segunda Circular. É que assim de repente, foram quatro os golos negados aos leões - no penálti, não se lhe pode exigir mais, naturalmente -, evitando assim uma goleada à moda antiga. Se logo aos 12' se mostrou atento a um cruzamento com algum veneno de João Pereira, começou o rol de boas defesas com Wolfswinkel (51'). Maior ainda é a nega a Schaars, apenas quatro minutos depois, e faltam adjetivos para ovo travão a Wolfswinkel (61'). As investidas dos da casa não paravam e, se nem com asas travava a bomba de Izmailov (63'), foi superior ao russo já perto do final, com mais uma excelente intervenção (86'). Matías ainda deve também estar a pensar na festa que tinha sido, não fosse o brasileiro negar-lha (89').
Maxi Pereira
Esteve "amarrado" durante quase toda a primeira metade e não são precisos os dedos de uma mão para contar as vezes em que apoiou o ataque como tanto gosta de fazer. Aos 52' andou perto do golo, não fosse o seu cabeceamento esbarrar num adversário (Rui Patrício já estava batido), mas na memória ficam os vários lances de perigo que os leões arrancaram pelo seu flanco. Exemplo prático foram os centímetros a mais dados a Izmailov, ficando a ver o russo atirar uma bomba... à barra de Artur (63').
Luisão
Esteve em dúvida praticamente até à hora do jogo e voltou a atuar com o joelho esquerdo ligado, tal como já fizera durante largos minutos contra o Braga, quando sofreu a entorse. E se não o estava, pareceu claramente diminuído nas suas capacidades. Entre outros detalhes, exemplo disso foi a forma como deixou fugir Wolfswinkel e depois, quando até já tinha resolvido parte do problema, travou o holandês em falta na grande área (17') - e o avançado não perdoou. Como se não bastasse ter gerado o lance do único golo do jogo, ainda viu o segundo amarelo já ao cair do pano por falta desnecessária sobre Rubio.
Garay
A paragem superior a um mês - lesionou-se no clássico com o FC Porto, a 2 de Março - não fazia prever um regresso direto ao onze inicial, mas Jesus terá confiado no seu "jogo às cegas" com o capitão. Num ou outro despique com Wolfswinkel, foi notório o défice na velocidade, apesar de daí não terem resultado danos práticos para as redes encarnadas. Bem na leitura daquele lance aos 72', quando Wolfswinkel já tinha batido Artur e ele surgiu para acalmar as hostes.
Emerson
Andou longe de comprometer em Stamford Bridge e, também por isso, Jorge Jesus manteve-se firme em devolvê-lo à esquerda em novo palco "quente". E não é que o "patinho feio" voltou a dar bem conta do recado? Não fosse uma atuação tão desarticulada a nível geral, certamente teria beneficiado: pela atitude, concentração e, sobretudo, porque, pelo seu lado, o Sporting praticamente não criou perigo.
Javi García
De regresso ao posto onde mais rende, até começou bem e criou perigo, com um remate de longe a obrigar Rui Patrício a puxar dos galões (16'). O problema foi quando Matías e Wolfswinkel lhe começaram a tapar caminhos e o espanhol deu por si a distribuir entradas à margem da lei. Mas o pior estava para vir. Primeiro, uma perda de bola comprometedora para Matías poderia ter resultado em maior dano, não fosse Artur ter sustido o posterior tiro de Wolfswinkel. E logo depois de mais um disparate, quando isolou o Iceman na cara de Artur - uma vez mais, valeu o guardião -, deu lugar a Nélson Oliveira.
Witsel
Com a bola no pé, foi dono e senhor. O problema foi ter sido posicional em demasia para responder à pressão dos médios leoninos - e principalmente Elias esteve forte na antecipação. Com a saída de Javi García, ficou sozinho à frente da defesa e aí já ficou exposto à notória falta de pernas que tinha para recuperar sempre que o Sporting se lançava no contra ataque. Estas dificuldades físicas, diga-se, já tinham sido parcialmente postas a nu no último embate com o Braga.
Bruno César
Não fossem um par de diagonais para o centro quase a fechar a primeira metade - talvez já espicaçado pelos insultos das claques leoninas -, praticamente não se teria dado por ele. Impunha-se maior caudal defensivo no auxílio a Maxi Pereira, até porque o uruguaio muitas vezes dava por si em lances de dois para um. Com a saída de Rodrigo ao intervalo, passou para o meio e tentou assumir o jogo, mas também foi repetidamente "absorvido" pelo miolo leonino.
Gaitán
Apostou nos esticões em velocidade e se inicialmente até deu que fazer a Polga - ficou a sensação de ter sofrido penálti do central leonino logo no primeiro minuto do jogo -, foi-se tornando algo inconsequente. E se pode e sabe fazer bem melhor no cômputo geral, não deixam de ser bons os cruzamento para Cardozo (38') e Yannick Djaló (72'), sendo este último uma clara ocasião de golo.
Rodrigo
Onde está aquele Rodrigo que levantava os adeptos da cadeira a cada vez que tocava na bola? Tentou pegar no jogo e fazer a ligação com Cardozo, ora tentando sair em velocidade, ora arriscando o um para um. E uma vez mais, as coisas não lhe correram de feição. Ora porque o domínio de bola lhe saía largo em demasia, ora porque um qualquer adversário lhe adivinhava as intenções. Jesus preferiu não continuar a ver isto e deixou-o nas cabinas.
Cardozo
Tão simples como isto: se recuava para ter bola, não estava onde era preciso; se estava onde era preciso, a redondinha raramente lá chegava em condições. Aos 38', teve finalmente a hipótese de fazer a diferença, mas o cabeceamento saiu com pontaria descalibrada. Nem de cabeça (60') nem de livre, o Tacuara esteve mesmo em noite não - e logo contra um adversário ao qual se habituou a marcar.
Yannick Djaló
De volta a uma casa onde não era propriamente amado, foi lançado como se esperava (no decorrer do jogo) para tentar surpreender. E entre um punhado de ações inconsequentes - quiçá incomodado com os assobios nas bancadas -, acabou por ter o mérito de, na prática, ter feito mais do que Bruno César, quando o Chuta-Chuta pisou os mesmos terrenos. Teve o empate no pé direito (72'), mas o tiro passou ao lado e, já perto do final (88'), ainda testou a atenção de Rui Patrício com um cabeceamento.
Nélson Oliveira
Tentou furar e ainda arrancou uma ou outra falta em zonas de tiro, mas foi quase sempre bem anulado pela defesa leonina.
Nolito
Desta vez não furou. E não só não conseguiu desequilibrar como também não o proporcionou a nenhum companheiro, como certamente Jesus lhe pedira.
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