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Isto uma pessoa passa anos a ouvir que o futebol é prazer, que nem deve ser levado muito a sério e a ver os mais doutos intelectuais a zurzirem no espaço e no tempo que os meios de comunicação dedicam ao fenómeno e fica quase convencida a mudar de área. A deixar a bola para trás e a apostar em meios onde a verdade e o rigor sejam à prova de bala.
Depois, olha-se para o que se passa com o caso Domingos e a confusão instala-se na cabeça dos mais esclarecidos. Domingos fez um excelente trabalho no Braga, acaba contrato, comunicou oficialmente ao presidente António Salvador que não renova, o que nem devia ser grande surpresa para este, pois já apalavrara Leonardo Jardim para lhe suceder.
Este segredo de Polichinelo foi-se mantendo enquanto durou a temporada competitiva de Sporting e Braga e isso até se compreendia. Era preciso não fragilizar equipas que tinham objectivos. Mas agora, que as férias substituíram as provas, o discurso continua a ser o mesmo. Domingos diz que quer saborear o momento de glória; Salvador revela que ele vai para Alvalade, mas que, mesmo tendo Jardim estado em Dublin, não tem substituto; Godinho Lopes responde que não tem novidades mas terá treinador em Julho; Jardim fica calado e ouve o treinador do Marítimo lamentar a perda de um elemento da equipa técnica, que vai com Jardim para Braga.
Dizem que é por causa da CMVM. Das bolsas e das SAD. Que antigamente, quando era só futebol, não era assim. Está visto que a economia não é alternativa.