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O futuro de Carlos Queiroz no comando da Selecção Nacional está nas mãos da Direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Embora o seleccionador tenha o apoio do presidente Gilberto Madail, que sempre manifestou que não estava disposto a rasgar contratos, está ainda por saber a opinião dos restantes elementos directivos. Segundo O JOGO apurou, é aí que reside a grande incógnita do momento e que deixa seriamente em dúvida a continuidade de Queiroz no comando técnico.
Carlos Queiroz chegou à Selecção Nacional com plenos poderes para remodelar as equipas nacionais, e os primeiros frutos aconteceram com a qualificação da equipa de sub-17 para a fase final do Campeonato da Europa da categoria, algo que não acontecia há anos. Com contrato de quatro anos, e apenas dois cumpridos, a caminhada ainda vai a meio, mas falta saber até que ponto os elementos da Direcção da FPF estão dispostos a esperar que apareçam os resultados a médio prazo na Selecção. É que depois de um apuramento sofrido e conseguido através do play-off, seguiu-se um Mundial apenas com uma vitória, contra a Coreia do Norte. Pior mesmo só a exibição realizada frente à Espanha, que deixou o País descontente. Depois da Geração de Ouro, criada por Carlos Queiroz, agora a manta é curta, mas ninguém quer correr o risco de falhar a qualificação para o Campeonato da Europa.
Ambiente poluído
Por outro lado, sabe-se que o ambiente entre o seleccionador e alguns jogadores com mais peso na equipa não é o melhor, além de que há pressões para que o seleccionador seja destituído, inclusive por parte de alguns elementos da comitiva que esteve na África do Sul. A relação com Cristiano Ronaldo, por exemplo, não é a melhor, apesar da confiança que Carlos Queiroz sempre lhe deu, entregando-lhe, inclusive, a braçadeira de capitão. Mas o jogador do Real Madrid não tem cumprido. Além de tentar resolver tudo sozinho, tem falhado tacticamente, prejudicando a equipa.
Por tudo isto, o próximo passo será a realização, para breve, de uma reunião entre Madail e os colegas de Direcção, onde será discutido o futuro de Queiroz e dos restantes elementos da equipa técnica. O líder federativo, no rescaldo da eliminação, foi parco em palavras: "A nossa ambição era passar a fase grupos e, depois, ir o mais longe possível. Chegámos onde nos deixaram. Estou resignado, mas não convencido."