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Sem cláusula de rescisão explícita no contrato, Pizzi não pára de encantar na pré-época, como se continuasse ligado à corrente desde a época passada, altura em que aproveitou a exposição do Paços de Ferreira para se tornar num dos casos mais sérios do futebol português. Por menos de 15 milhões de euros, não vale a pena conversar com António Salvador, o presidente do Braga, sobre o jovem extremo, como O JOGO já deu conta, mas por mais elevada que seja a base de licitação a sua saída (iminente?) é encarada como um dado praticamente irreversível. Parte interessada nesta curiosa história, o técnico Leonardo Jardim já se conformou há algum tempo com esse desfecho. "É claro que estou preparado para perder o Pizzi. Disse-o logo no meu primeiro dia em Braga. Além de apresentar um futebol de elevada qualidade, está com um ritmo muito alto. Se a transferência beneficiar o clube, muito bem. Será menos uma valia no plantel, porque ele é dos jogadores mais importantes na equipa", suspirou.
Os convites vão acenando dos quatro cantos da Europa, sobretudo da Rússia, mas não há pressa em aceitar. Hábil como poucos a jogar com a especulação do mercado, António Salvador conta realizar um encaixe-recorde com a venda de Pizzi e até poderá segurar o jovem talento no plantel até Janeiro na perspectiva de o valorizar um pouco mais. Uma possibilidade que não será sinónimo de complicação para Leonardo Jardim, que já ensaiou o jogador brigantino na posição 10. "Os jogadores é que procuram o seu espaço dentro da estrutura. Comigo é difícil definir um onze-tipo; prefiro apostar num grupo de 16, 17 jogadores e numa rotatividade que permita haver equilíbrio em todas as provas. Desta forma, a qualidade da equipa não se ressentirá com a eventual saída de algum jogador", assegurou.
Em sentido contrário, estão previstas as entradas de um novo central e de um médio-ofensivo. "É natural que o sector defensivo esteja mais carenciado e o sector intermédio também poderá ser reforçado consoante a saída de alguém", explicou o treinador.