Corpo do artigo
>Paulo Morgado detecta talentos na Amazónia
PEDRO MIGUEL SILVA
Na Amazónia, mora um treinador português, pouco conhecido, mas já com algum sucesso entre os brasileiros de Manaus. Chama-se Paulo Morgado, tem 36 anos, e há cerca de um ano emigrou para o Brasil para orientar o Rio Negro, clube que três meses depois trocou pelo rival Fast. E se chegou ao campeonato amazonense sem saber o que iria encontrar, hoje pode dizer que este é " extremamente competitivo, com jogadores talentosos e capazes de se imporem em clubes de maior dimensão".
"Não se pense que o futebol na Amazónia está relegado para segundo plano. É, porém, diferente em termos organizativos. Há falta de infra-estruturas, campos para treinar, mas possui jogadores com uma qualidade acima da média, ao nível da nossa II Liga", afirmou, satisfeito, todavia, com as condições de trabalho que foi encontrar.
Na verdade, o Fast Clube utiliza dois campos para treinos, ao abrigo do protocolo com a universidade local, e ainda o Estádio Sesi, que serve tanto o Fast como o Rio Negro e o São Raimundo. "Aqui o futebol é paixão. Nunca temos menos de 3 a 4 mil espectadores. Ainda para mais, os jogos são quase todos transmitidos pela cadeia de televisão local", adiantou o técnico, que se sagrou vice-campeão estadual, atrás do Penarol. "Há cinco anos que o segundo lugar nos está reservado e há 40 que nos foge o título, mas pode ser que 2012 seja o nosso ano", desejou.
A sua aventura começou nos Açores, quando um empresário brasileiro, de seu nome Robson Preto, o convidou para ir treinar o Rio Negro, de Manaus. "O Robson trabalhava na RTP Açores e conheci-o no aeroporto. Trocámos algumas impressões e ele ficou com o meu contacto. Mais tarde, ligou-me e perguntou-me se eu queria orientar o Rio Negro, onde ele tinha um projecto. Mas só lá estive três meses, antes de me mudar para o Fast Clube", contou .
Apesar de jovem, Paulo Morgado tem larga experiência como treinador. Arrumou as chuteiras, aos 21 anos, e tirou o curso de II Nível, que o habilitou a dirigir equipas de escalões inferiores como o Sintrense, Odivelas ou Vitória do Pico (Açores).