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Passam o ano a viajar para ganhar a vida e para tentarem ser bem-sucedidos na modalidade em que se profissionalizaram. A cadeira onde estão mais tempo sentados é a dos aviões que os levam aos mais variados destinos. Também é à custa das viagens que os respectivos orçamentos sofrem o maior rombo. São os globetrotters do desporto português e, entre vários, O JOGO escolheu seis: os tenistas Rui Machado e Frederico Gil, o surfista Tiago Pires, o golfista Ricardo Santos, o piloto Filipe Albuquerque e o ciclista Tiago Machado.
O campeão das viagens é Frederico Gil. Com cerca de 90 mil milhas (145 mil quilómetros) fez, por exemplo, quatro deslocações transatlânticas, coincidentes com as quatro estações do ano, e visitou os cinco continentes. "A minha média anda nos quatro/cinco dias por mês em Portugal. Este ano vou tentar fazer algumas semanas de treino mais por Lisboa, pois também tenho vontade de estar por cá mais um bocado", assegura. "Cada vez gosto mais de viajar acompanhado, pois é muito tempo. Um amigo, a família, a namorada... vou alternando", confessa.
Atletas de eleição do desporto português, batem claramente os futebolistas na quantidade de países que visitam e no número de competições em que participam além-fronteiras. Em comum têm, ainda, o uso das novas tecnologias, o que lhes permite encurtar as distâncias e o tempo em que estão ausentes do seio familiar e do núcleo de amigos. Para a maioria, viajar é um acto solitário, apenas algumas vezes confortado com a companhia de mais alguém. E quase se torna dispensável lembrar que os hotéis são os seus segundos lares. No que aos tenistas diz respeito, mas também em relação ao surfista, é neles que passam mais tempo, pois em média estão dez meses a fazer e a desfazer as malas.
Em ano pré-olímpico, como este de 2011, outros atletas das modalidades viajaram mais do que o habitual noutras temporadas. Aconteceu, por exemplo, com o judo, a vela, a ginástica, a canoagem ou o remo, neste último caso muitas vezes recorrendo ao aluguer da respectiva embarcação, por causa das dificuldades e dos altos custos do transporte do material de trabalho.