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Se há piloto azarado no Dacar, esse é Paulo Gonçalves. Depois de uma estreia muito conturbada, em 2006, que incluiu uma noite passada no meio do deserto, com a moto praticamente destruída por uma queda, mais um sem fim de tropelias e avarias, vieram as lesões. "Em 2010 caí e parti o pulso esquerdo e a clavícula. Este ano, caí e parti a outra clavícula", recorda, lembrando que já antes disso tinha partido o motor quando rodava em quarto da geral. Por isso, acredita que este ano é que é, que poderá demonstrar todo o seu potencial e "lutar por um lugar no pódio".
Aos 31 anos, falamos do piloto português mais titulado de sempre em Portugal, entre motocrosse, supercrosse, enduro e todo-o-terreno. E este ano falhou mais um título, o da classe TT3 ao ver a moto com um problema eléctrico na derradeira jornada do campeonato, na Baja de Portalegre, depois de a sua moto já ter ardido na ronda anterior, em Castelo Branco, e de ter tido de faltar a uma prova por coincidir com o campeonato alemão de cross country, em que participou e venceu.
É por isso que acredita que toda a má sorte se esgotou nessa altura. "Vou tentar não cometer erros que possam comprometer o meu objectivo", promete. "Este ano fiz um bom trabalho, venci o campeonato alemão de cross country e no rali dos Sertões, no Brasil, venci algumas etapas, tal como no rali de Marrocos", sustenta. Para além disso, há cerca de meio ano que assinou contrato com os alemães da Speedbrain, uma equipa ligada à BMW, "dona" da HUsqvarna, com a qual mantém contrato por mais um ano. Assim, ao contrário da maioria dos colegas portugueses, não tem de se preocupar com patrocínios e tem a garantia de o seu projecto ter vida para lá deste Dacar.