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Moncho López apontara erros ao seu FC Porto após as duas derrotas na Luz, mas essa era apenas uma versão; Henrique Vieira falara em melhoria do Benfica e essa era outra verdade. As ideias dos dois técnicos explicariam tudo? Talvez lhes tenha faltado falar no público, esse 12º jogador do futebol que na final da Liga Portuguesa de Basquetebol tem sido um sexto elemento fundamental. Ontem, o FC Porto chegou de forma clara e justa ao terceiro triunfo, ficando a apenas mais um do título. Mas atingiria essa vantagem se estivesse a jogar na Luz? Temos sérias dúvidas. Se esta terceira tese se comprovar válida, ainda não será domingo que teremos campeão, pois a sexta partida será em Lisboa. Se as questões técnicas prevalecerem, então, e pelo que se viu até aqui, os portistas revelam mais qualidades, sendo imparáveis quando exibem todo o seu jogo.
O que está a equilibrar esta final, tornando-a inesquecível e um êxito popular, é precisamente a alternância nos momentos de inspiração. E estes, numa modalidade em que a mão certeira vale ouro, são fundamentais. Alguns exemplos: o FC Porto dificilmente teria ganho ontem se não estivesse no Dragão porque a verdade é que entrou muito mal no jogo, precisando de 3m33s e de sete lançamentos para fazer os primeiros pontos. Só um triplo de Ogirri, que valeu o empate a 12, abanou o Benfica e deu aos portistas o elan que valeu a vantagem no final do primeiro período. No seguinte, Henrique Vieira abrandou as mudanças constantes na sua equipa, ao encontrar o santo graal para furar a defesa contrária nas figuras de Ben Reed e Marquin Chandler. A dupla demoliu os portistas, levou o jogo empatado para o intervalo e não deixava adivinhar o que viria depois.
E o que surgiu foi o FC Porto demolidor dos primeiros jogos, com Stempin e Andrade a lideraram um momento louco a meio do terceiro período, que valeu um parcial de 11-2; já no quarto, e quando o Benfica tentava reagir, foi Terrell, ajudado por José Costa e Andrade, a ampliar a vantagem até aos 18 pontos. Estava o jogo decidido, mas ficava a questão: sem o calor dos seus adeptos, teria a equipa de Moncho jogado assim?...