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Nunca é boa ideia fazer futurologia, até porque ao contrário do que disse em tempos o actual Presidente da República, a maior parte de nós engana-se algumas vezes e tem bastantes - e muito saudáveis - dúvidas. Ainda assim, é difícil não pensar que a dispensa de Nuno Gomes, e a sua contratação pelo Braga, pode muito bem vir a representar o proverbial bater de asas que, mais adiante, provoque um furacão capaz de abalar os alicerces que mantêm Jorge Jesus na Luz. A decisão de dispensar o avançado foi assumida pelo treinador e certamente alicerçada numa avaliação técnica que só ele está habilitado a fazer. De resto, foi uma decisão que se adivinhava depois de duas épocas em que um nunca fez parte das primeiras opções do outro. Ainda assim, esta é uma sentença que coloca o treinador sob pressão, até porque será ele a ter de prestar contas se os avançados que se seguem não ajudarem os adeptos a esquecer Nuno Gomes. Há um ano, numa altura em que gozava do estado de graça garantido pela conquista do campeonato, Jesus dispensou Quim para contratar Roberto. A lesão do primeiro acabou por mantê-lo afastado do pensamento dos adeptos encarnados quando o segundo começou a custar os pontos que era suposto valer, mas agora é muito pouco provável que exista tolerância na Luz para mais um erro de casting. Especialmente, se tiver como contraponto o efectivo reforço de um rival que, como a última temporada mostrou, é cada vez mais directo.