Corpo do artigo
A provável ausência no banco de Jesualdo Ferreira no clássico com o Benfica pode ter implicações na equipa. Quem o diz é Carlos Azenha, ex-adjunto do FC Porto, e por uma razão muito simples: "Claro que há uma diferença, porque o treinador principal é o treinador principal. Não é igual um treinador estar no banco ou na bancada. Não é a mesma coisa". As razões têm muito que ver com o plano psicológico, ou seja, a forma como os jogadores recebem a informação. "Há sempre um cunho pessoal na maneira como o treinador principal fala com a equipa, quando transmite as ideias para dentro do campo no decorrer de um jogo", adverte Carlos Azenha.
A confirmar-se o castigo de Jesualdo Ferreira - "é de lamentar que chegue a esta fase da carreira e seja expulso" - outra questão que se levanta é a da autonomia do técnico-adjunto durante o clássico. Qualquer decisão terá de partir de Jesualdo Ferreira via telefone (ver peça em baixo) ou José Gomes pode agir sem consulta prévia? Para Carlos Azenha, "isso depende do tipo de relacão que existe entre o treinador principal e o adjunto. Mas é óbvio que em situações momentâneas, como alguma correcção de posicionamento, o adjunto pode agir sozinho".
Se a planificação do clássico durante a semana não leva em linha de conta a ausência do treinador no banco - "é a mesma coisa, não muda nada, a não ser a planificação de um método de comunicação" -, é verdade que um jogo com o Benfica merece sempre outro tipo de análise. "Quem disser que preparar um clássico é igual a preparar outro jogo qualquer, está a mentir. Há sempre detalhes que merecem atenção e, em jogos destes, há mais detalhes, simplesmente porque o valor dos jogadores é mais elevado".
O antigo adjunto do FC Porto diz ainda que, no Olival, devem ser destacados dois aspectos na abordagem ao clássico com o Benfica. "Há a questão motivacional e há a questão de saber o peso que o jogo tem. Ora, como se sabe, o jogo tem mais peso para o Benfica e isso pode funcionar a favor do FC Porto. O desejo de vencer um clássico é sempre muito elevado".
