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Finalizada a longa recuperação, o regresso de Marat Izmailov aos relvados aconteceu no Dragão, já na parte final da época. Na primeira vez que se cruzaram, João Moutinho, seu ex-capitão no Sporting, quis saudá-lo, até lhe puxou o braço direito, mas não teve troco. O russo explica tudo.
A dúvida sobre o que se passou no clássico entre si e Moutinho serviu de combustível ao debate no Facebook. Animosidade ou concentração máxima?
Percebo a questão, mas asseguro que foi feita uma interpretação que não é a correcta. Não tenho nem nunca tive qualquer tipo de problema com João Moutinho; bem pelo contrário, a minha relação com ele é boa, sempre foi. Respeito Moutinho como futebolista e como homem, tal como também tenho um grande respeito por Varela, de quem sou amigo - e reconheço que ambos fizeram uma grande temporada. O que se passou naquele momento é que, acabado de entrar, por volta dos 60', eu estava concentrado no jogo, na missão que me cabia interpretar em campo para ajudar os meus colegas a mudar o resultado, porque estávamos a perder. Ou seja, eu estava focalizado num objectivo competitivo, e a única coisa que Moutinho queria naquela altura era distrair-me.
"Apesar do que se passou não desejei as demissões"
Para mim, não foi uma surpresa. Mesmo não tendo uma noção precisa do que os média noticiavam, percebia e sentia a pressão e o descontentamento que existiam no universo do Sporting. Independentemente das nossas divergências, que foram públicas, gostaria de deixar claro que nunca desejei que as pessoas se demitissem. O que sempre quis foi lutar para que o Sporting tivesse resultados, vitórias, e que as pessoas estivessem satisfeitas com a minha forma de trabalhar.
"Patrício já é o melhor guarda-redes português"
Para mim, sim, a cem por cento. Vi a forma como cresceu, como trabalhou para suportar esse desenvolvimento. Deu passos gigantescos para se afirmar. Não se pode ignorar que houve um aspecto determinante para que emergisse, que foi terem acreditado nele pondo-o a jogar, mas vejo e valorizo a relação que mantém com o trabalho nos treinos. Dedicado, é cem por cento profissional; é o melhor, sem dúvida.
"Nunca pensei em ser capitão"
Vai devagarinho. Sobretudo percebo bastante, mas ainda não falo tanto como gostaria. Afinando essa capacidade, imagina-se a entrar no grupo dos capitães da equipa?
Nunca pensei nisso, não vejo necessidade, não está entre os meus objectivos. Temos excelentes capitães, está toda a gente contente, e isso, para mim, é o mais importante.