Corpo do artigo
Modéstia à parte, o Braga causou boa impressão no XVII Troféu Achille & Cesare Bortolotti, disputado em Bérgamo (Itália). O segundo lugar, sem golos marcados contra o Queens Park Rangers e o Atalanta, até pode transmitir a ideia de que terá perdido o seu espírito guerreiro, o mesmo que lhe valeu uma presença na final da Liga Europa, mas quem esteve no histórico Atleti Azzurri d'Itália ficou com a firme noção de que esta versão Leonardo Jardim tem pernas para andar. Superior em termos estatísticos à equipa londrina e à italiana e a passear alguma classe, o novo Braga só precisa de ser menos trapalhão nos momentos cruciais (Nuno Gomes e Lima falharam golos de baliza aberta), acabar de uma vez por todas com experiências na defesa e meter na cabeça que não há nada a fazer com erros de terceiros.
Tudo isto se verificou bem cedo, logo no primeiro jogo com os londrinos do QPR, regressados à Premier League pela mão do italiano Flávio Briatore, conhecido também por ter sido expulso do "circo" da Fórmula Um. Mal aconselhado pelos seus assistentes, o árbitro Davide Massa, outro italiano, não assinalou um fora-de-jogo flagrante de Jay Bothroyd e o avançado aproveitou uma assistência de James Bradley para marcar, na única incursão a sério à baliza dos arsenalistas. Foi o suficiente para encravar a máquina ou quase, porque Patrick Kenny teve de voar para negar um golo certo, num desvio de cabeça de Ewerton. Derrota. Na segunda partida, mais do mesmo: o Braga agarrado ao pescoço do Atalanta, agora na Serie A de Itália, sem saber como matar. Valeu nos penáltis o guarda-redes Berni, outro italiano (ex-Lázio), que defendeu três e arrecadou o título de melhor jogador do torneio. Vitória. Já o troféu foi para o Queens Park Rangers (venceu o Atalanta por 3-4).
Braga0 Queens Park Rangers 1
Estádio Atleti Azzurri D'Italia, Bergamo
Árbitro Davide Massa
- Braga
Quim; Baiano, Ewerton, Nuno André Coelho e Paulo Vinícius; Djamal, Pizzi e Hugo Viana; Alan, Zé Luís e Lima.
Jogaram ainda: Imorou, Meyong, Hélder Barbosa
Treinador Leonardo Jardim QPR
Patrick Kenny; James Bradley, Scott Hill, Leon Gabbidon e Adel Taarabet; Jay Bothroyd, Alejandro Faurlin e Thomas Connolly; William Smith, Kieron Dyer e Phillip Ephrain
Jogaram ainda: Akos Buzsaki
Treinador Neil Warnock
-
GoLOS 18' Jay Bothroyd
CARTÕES Nada a assinalar.
- 1º jogo: 4x3x3
Com o "anfíbio" Paulo Vinícius adaptado a lateral-esquerdo, o Braga encarou o Queens Park Rangers no seu esquema habitual. Mais próximo da defesa, Djamal deu liberdade às iniciativas de Pizzi e Hugo Viana a meio-campo. Alan e Lima exploraram as alas.
Atalanta0 (1) Braga 0 (3)
Estádio Atleti Azzurri D'Italia
Árbitro Davide Massa
- Atalanta
Consigli; Masielo, Capelli, Lucchini e Peluso; Minotti, Padoin e Tiribocchi; Scheloto, Gabbiadini e Bonaventura.
Treinador Stefano Colantuono Braga
Berni; Baiano, Paulo Vinícius, Ewerton e Imorou; Djamal, Salino e Mossoró; Paulo César, Nuno Gomes e Guilherme.
Jogaram ainda: Lima, Vinícius, Hugo Viana, Meyong.
Treinador Leonardo Jardim
-
penáltis Hugo Viana (falhou), Masielo (falhou), Vinícius (marcou), Bonaventura (falhou), Paulo Vinícius (marcou), Minotti (falhou), Mossoró (falhou), Lucchini (marcou), Meyong (marcou)
CARTÕES Baiano (42')
- 2º jogo: 4x2x3x1
Com maior tracção atrás, fruto das entradas de Djamal e Salino para o miolo, o Braga tentou viver da criatividade de Mossoró, na posição 10 e com liberdade para organizar o ataque. Paulo César e Guilherme tinham por missão servir Nuno Gomes na área.