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A exactamente um mês da maratona do campeonato do mundo de pista, que se realiza na cidade sul-coreana de Daegu, a presença da maratonista Marisa Barros é um dado praticamente adquirido, ainda que, por precaução, e até porque a atleta vem de um período de recuperação de uma lesão, o treinador António Ascensão prefira manter-se na expectativa. "A Marisa tem treinado sem problemas. Depois de três meses de desânimo, recuperou a alegria de correr. Fizemos duas semanas excelentes, com boas referências, pelo que podemos afirmar que estamos no bom caminho para estar no Mundial", diz o treinador.
O processo de selecção para a maratona teria de ter ficado concluído no passado mês de Maio, mas, face à inexistência de qualquer outra atleta (havia Jessica Augusto e Dulce Félix com mínimos) interessada em correr a prova, o seleccionador José Barros não teve outra solução que não fosse esperar pelo desenlace da resolução da questão de Marisa Barros.
"Ainda ontem fez uma sessão de corrida contínua de 70 minutos com uma avaliação muito boa, muito próximo do habitual, o que me deixou muito satisfeito. Faltam apenas quatro semanas até ao Mundial, sabemos que não temos a preparação ideal, não será a cem por cento, mas sim a possível", explica o treinador que olhou para trás: "Recomeçámos a treinar apenas em Junho e com o seu empenho e o apoio diário da fisioterapia, as coisas estão a correr bem".
O sonho de reeditar a presença no Mundial (foi sexta em Berlim, há dois anos), começa, pois, a ganhar muita consistência. "Apesar de ter treinado muito e intenso, ela mostra-se sempre receosa e algo amedrontada com algum percalço, pois vai precisar de alguma sorte".
Não à figura de corpo presente
"Não queremos apenas fazer figura de corpo presente, queremos fazer uma prova condigna do palmarés da Marisa", salienta António Ascensão que declinaria a ida até à Coreia se "a Marisa não fosse com objectivos ambiciosos". Em termos de competições, não será fácil vê-la em prova até ao Mundial, até porque o tempo urge. "O calendário internacional nesta altura também não é muito favorável para competições de meia-maratona e a Marisa esteve três meses sem treinar, pelo que também não é aconselhável abrandar o treino para testar os seus limites actuais."