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Mano Nunes está pronto a liderar uma Sociedade Anónima Desportiva, SAD para o futebol profissional do Beira-Mar e evitar que o clube seja vendido ao capital do magnata Majid Pishyar, dono da 32 Group que opera a partir do Dubai e presidente do Servette, clube suíço da II divisão, que foi apresentado pela actual direcção como o rosto da solução para o clube. "Temos um grupo de investidores preparados para avançar com uma SAD que respeite a história do clube e seja defendido por beira-marenses e aveirenses. Ainda hoje [ontem] houve uma reunião onde ficou definido que, pelos valores que foram dados a conhecer, não é preciso ninguém de fora para "comprar" o Beira-Mar como parece que o querem vender. E o passivo, que deve ser devidamente analisado, também se resolve", disse ontem a O JOGO Mano Nunes, antigo presidente. "Que fique claro que pelas condições que são conhecidas, o Beira-Mar não precisa de nenhum salvador para avançar. Não creio, e pelo que senti de alguns associados que já me abordaram, que os beira-marenses fiquem satisfeitos perante uma situação destas".
Cabe aos sócios, na assembleia geral de quinta-feira, autorizar a constituição de uma SAD e, se assim for, Mano Nunes apresentar-se-á com um projecto a sufrágio. "Sei que há sócios a quem custou ler e conhecer o modelo de SAD que a actual Direcção está a defender. Não acredito que os sócios deixem o clube ser vendido desta forma e serão eles a ter a última palavra", concluiu Mano Nunes, frontalmente contra uma SAD dominada pelos 80 por cento de Majid Pishyar ficando o clube com 15 por cento e os sócios com a margem residual de cinco por cento.
"O clube não pode ser alienado por estrangeiros"
Mano Nunes publicou ontem um manifesto, no Facebook, no qual se propõe a "tomar conta da SAD" para evitar que o "salvador" iraniano faça do Beira-Mar um clube "satélite de uma formação da II Divisão suíça". Lembrando que os actuais dirigentes chumbaram, há um ano, a constituição de uma SAD por terem dito, em AG, que "libertariam um milhão de euros para pagar dívidas", Mano Nunes diz-se, agora, espantado com a iminência de uma SAD. "Não posso permitir que o nosso clube seja alienado por estrangeiros", referiu.