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Mangala prepara-se para a estreia internacional pelo FC Porto, depois de quatro jogos de grande nível no campeonato e Taça de Portugal. Mais do que as boas exibições, o defesa-central ajudou a garantir um registo sem golos sofridos nos jogos em que participou, algo que nem tem sido muito frequente esta época. Atente-se então na frieza dos números para melhor se compreender o efeito Mangala na equipa: o francês foi titular em quatro jogos e o FC Porto não sofreu golos (Feirense, Pêro Pinheiro, Nacional e Paços de Ferreira); nas restantes 11 partidas realizadas esta temporada, os campeões nacionais só por três vezes conseguiram repetir o feito, sofrendo sempre nos restantes oito encontros disputados até ao momento - num total de 13 golos. É lógico que o mérito dos tais quatro jogos sem golos sofridos não estará apenas em Mangala, mas também não deixa de ser menos verdade que o francês ofereceu maior consistência a uma defesa mais vulnerável do que tem sido habitual nos últimos anos. A prova disso mesmo está no facto de Mangala se preparar para manter, ao que tudo indica, um lugar no onze inicial, e logo numa partida com a importância daquela que os portistas terão de disputar já amanhã em Chipre.
Mangala foi caro - custou 6,5 milhões de euros -, mas nesta altura serão já poucos os que duvidam do enorme potencial do jovem internacional francês. Aos poucos, Mangala foi conquistando o seu espaço num plantel tremendamente competitivo, sobretudo para a posição específica no centro da defesa, que até é uma das imagens de marca de qualidade do FC Porto nas últimas décadas. Para além disso, os campeões nacionais mantiveram os três centrais mais rodados da última temporada de sonho - Rolando, Otamendi e Maicon - e entrar com êxito nesta luta particular parecia algo de muito complicado, sobretudo para alguém acabado de chegar e com apenas 20 anos. Mangala conseguiu. Começou por ganhar o lugar a Maicon no banco de suplentes - relegando o brasileiro para quarto central da hierarquia interna -, para depois ter conquistado em definitivo, nos últimos dois jogos, a titularidade a Otamendi. Vítor Pereira ofereceu-lhe as oportunidades e Mangala correspondeu com exibições de qualidade, para além de, como já se referiu, ter oferecido uma tremenda eficácia nos resultados.
Apesar das primeiras impressões terem sido as melhores, Mangala deverá ter amanhã - se Vítor Pereira não surpreender - o primeiro grande teste com a camisola do FC Porto, sobretudo pela importância que este encontro terá no futuro dos dragões na Liga dos Campeões. Mas não só. Como se viu na partida do Dragão, o maior perigo da equipa cipriota, se não mesmo o único, está no ponta-de-lança Ailton, autor do golo do empate. Otamendi que o diga. É que foi após esse jogo infeliz - muito por culpa do tal brasileiro... - que o argentino perdeu o lugar na equipa para Mangala. Agora, parece ter chegado a vez do internacional francês provar, de uma vez por todas, que o lugar no centro da defesa é dele.
