Corpo do artigo
Chegou com o objectivo de "fazer mais e melhor" e conseguiu-o, elevando o Braga à categoria de quarto grande e quebrando um conjunto de recordes internos que prometem ser bastante difíceis de alcançar daqui em diante. Domingos Paciência marcou uma era no clube arsenalista, conduzindo-o à final da Liga Europa, que marcou a sua despedida do Minho. "A partir de agora, o Braga nunca mais será o mesmo", dizia o treinador na véspera do jogo com o FC Porto, e com razão. Afinal de contas, até 2011 o melhor que os bracarenses haviam conseguido numa competição europeia era chegar aos oitavos-de-final, em três ocasiões (1997, 2007 e 2009). Com Domingos, não só alcançaram o feito inédito de participar na fase de grupos da Liga dos Campeões como ultrapassaram o melhor registo na Liga Europa/Taça UEFA. Mais: bateram amplamente o seu anterior máximo de jogos europeus numa temporada, que Jorge Jesus havia estipulado em 14 na época de 2008/09 devido à passagem pela extinta Taça Intertoto; agora são 19.
O futuro de Domingos passa já pelo Sporting, mas o técnico jamais será esquecido na Cidade dos Arcebispos. Doravante, quando se falar do Braga haverá sempre uma espécie de antes e depois de Domingos, como até há bem pouco tempo havia um antes e depois de Jesualdo Ferreira, com quem eram feitas todas as comparações. Resta saber até quando durará a "hegemonia" do treinador leceiro.
Desejos de Salvador passam de utopia a realidade
Quando tomou posse pela primeira vez como presidente, em 2003, António Salvador confessou o desejo de fazer do Braga um clube à escala europeia. Muitos consideraram a ambição utópica, mas volvidos oito anos desde esse momento os arsenalistas já alcançaram um segundo lugar no campeonato e, mais importante do que isso, participaram numa final da Liga Europa. Pedir mais em tão pouco tempo era praticamente impossível, mas agora Salvador não pretende ficar por aqui e vai servir-se da última campanha europeia como base para o futuro, pois espera manter a tendência de disputar frequentemente as provas da UEFA. De resto, o líder dos bracarenses atingiu, na recepção ao Lech Poznan (16-avos-de-final da Liga Europa), o seu 50º encontro europeu, dobrando o somatório de jogos de todos os que o antecederam. Até 2003, o clube tinha apenas 22 embates internacionais, o primeiro dos quais contra o AEK de Atenas, para a Taça UEFA. Antes da chegada de Salvador, a equipa só participara em mais uma edição da extinta Taça das Taças e em quatro da Taça UEFA.