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Rúben Faria é uma autêntica bala em cima da moto. Já o provou diversas vezes, conseguindo já quatro vitórias em etapas na prova. Mas desta vez vai ter o seu andamento bem refreado pelo "patrão", o francês Cyril Despres, que não quer distracções e recorreu mesmo à lei da rolha. Dificilmente o português vai poder dar entrevistas aos jornalistas portugueses durante a corrida. Tudo em nome de um bem maior. "Tenho contrato com a KTM e sei bem o que tenho de fazer para ajudar a equipa. O meu objectivo é apenas ajudar o Cyril a vencer a prova. Por isso, não vou preocupado em ganhar etapas", frisa o piloto algarvio que, pelo terceiro ano consecutivo, será mochileiro de um dos favoritos à vitória final. Por isso, sabe de antemão que rédea solta para atacar só quando a corrida estiver decidida. "O Cyril ficou nervoso, no ano passado, com a questão da minha penalização", explicou, garantindo que está perfeitamente consciente do seu papel subalterno, até porque a alternativa seria ficar em casa.
"Com esta conjuntura, era impossível montar um projecto meu", garante o piloto de 37 anos, um dos melhores valores do motociclismo nacional de sempre.
A preparação para esta edição foi, contudo, algo acidentada, com uma fractura de três costelas na prova de Góis do Nacional de TT. Depois da recuperação, ainda falhou o título da classe TT3 ao sofrer uma avaria na última prova, a Baja de Portalegre. "Foi pena ter partido as costelas. Limitou-me um pouco a preparação. Mas, de resto, sinto-me bem", garante Rúben Faria.