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>José Barros, director-desportivo Aluvia-Valongo
Os tempos não são fáceis, sobretudo para quem tem a missão de liderar um projecto de ciclismo vocacionado para os jovens. Falar de crise tem sido uma constante ao longo dos tempos e muitos já perderam a vontade de levar por diante os seus intentos. Cumprir compromissos a tempo e horas tornou-se difícil, mas a União Ciclista de Sobrado (UCS), também vivendo com dificuldades, consegue seguir honradamente em frente. José Barros, director-desportivo da equipa Aluvia/Valongo, é por isso um homem sereno e confiante.
Como tem sido possível superar as adversidades que tem encontrado?
Com confiança, energia e responsabilidade. Não conheço a palavra desistir. As pessoas que apostam em nós nunca nos viraram a cara e sabem que este clube nunca faltou à sua palavra. Pode, momentaneamente, não conseguir os objectivos desportivos a que se propõe no início de cada época, mas continuamos empenhados em dar o nosso melhor. Estamos confiantes, somos enérgicos e responsáveis. Por isso, sentimos que podemos ir ainda mais longe.
Mas este ano nem tudo tem corrido de feição...
Falar apenas em resultados desportivos é muito vago. Ou então algumas pessoas têm a memória curta e já se esqueceram do que fizemos ainda muito recentemente. Esta equipa conta com muitas vitórias no seu historial e vai continuar a ganhar. Contudo, há que dar valor aos nossos adversários que, tal como nós, também estão na modalidade para chegar ao êxito. Não digo que actual equipa seja inferior, mas saíram elementos importantes e de muita valia, que esta época estão a correr em equipas profissionais. No entanto, a formação de jovens ciclistas sempre foi um dos nossos grandes objectivos.
Faltam apoios à União Ciclista de Sobrado?
Devo referir que a Aluvia e a Câmara de Valongo, os rostos mais visíveis do nosso projecto, têm sido espectaculares na forma como nos tratam, para que nada falte à equipa. Esta é a maior homenagem que posso fazer aos nossos principais patrocinadores, não esquecendo os outros que estão associados à União Ciclista de Sobrado. Tenho a consciência de que sem a ajuda de todos era impensável colocar esta pesada máquina na estrada. Podemos ter dificuldades, mas não temos receio do futuro... porque o futuro é esta juventude que nos acompanha todos os dias.
Para quando a equipa profissional de que, invariavelmente, se tem falado?
Não vamos por aí. Pensar em mais altos voos toda a gente pode, mas há que ter os pés bem assentes no chão. Claro que não falta vontade para fazermos mais e melhor, mas neste momento há que consolidar o nosso projecto. Trabalhar com jovens e dar-lhes oportunidades é uma tarefa aliciante. Não para serem grandes ciclistas, pois são poucos aqueles que conseguem atingir índices competitivos de excelência, mas para serem grandes homens. Fundamentalmente, é para isso que o desporto deve servir.