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Depois do Portugal Ladies Open, o País volta a estar no epicentro do golfe europeu. Na ressaca da desilusão pela não-atribuição a Portugal da organização da Ryder Cup em 2018, arranca hoje o 19º Madeira Islands Open, o segundo maior torneio português deste ano do principal calendário europeu - o Portugal Masters será o outro -, no Porto Santo Golfe, um percurso assinado pelo malogrado Severiano Ballesteros, falecido há duas semanas.
Entre os 156 jogadores desta prova, co-sancionada por European Tour e Challenge Tour, vai estar o campeão do ano passado, James Morrison - procura tornar-se no primeiro jogador da história do torneio a defender o seu título com sucesso -, bem com outros quatro ex-campeões: Santiago Luna (1995), Jarmo Sandelin (1996), Daniel Vancik (2007) e Alastair Forsyth (2008). Já a representação portuguesa ficará a cargo dos profissionais José Filipe Lima, Ricardo Santos, Hugo Santos, Sean Hawker, Nuno Campino, do madeirense radicado na Alemanha, Duarte Freitas, e do amador Gonçalo Pinto, recém-coroado campeão nacional. Todos eles vão tentar bater o 12º lugar de Filipe Lima neste mesmo campo, naquela que é a melhor classificação de sempre de um português no Open da Madeira.
O miniestágio efectuado por Filipe Lima e Ricardo Santos, dois jogadores que têm animado a luta pela liderança do ranking da PGA Portugal, bem como pelo irmão de Ricardo, Hugo Santos, no Porto Santo Golfe deixa o director do campo, Mário Silva, optimista quanto a um brilharete de um português. "Era bom que este ano fosse um português a ganhar...", disse, referindo ainda que "o campo está excepcional, muito bem preparado".
Ausências notadas são as de Tiago Cruz, que preferiu jogar no circuito alemão do EPD Tour (acabou ontem no 16º lugar do Haugschlag NO Open e vai começar a jogar o Schloss Moyland Classic na segunda-feira), e António Rosado, por razões principalmente financeiras.
Depois de no ano passado ter sido transformado num opposite field do The Masters Tournament, o torneio madeirense "concorre" agora com o Volvo Match Play Championship, um torneio dotado de Meuro 3,4 e que se joga no bonito Finca Cortesin Club, na Andaluzia, sul de Espanha, juntando pela primeira vez os actuais quatro vencedores de Majors - Martin Kaymer (PGA Championship), Graeme McDowell (US Open), Louis Osthuizen (British Open) e Charl Schwartzel (Masters) - no field de 24 jogadores, que conta igualmente com a presença dos dois primeiros da hierarquia mundial, os ingleses Lee Westwood e Luke Donald.
Eles falam de... Ryder Cup | A tristeza pelo impulso perdido
A derrota da candidatura portuguesa à organização da Ryder Cup em 2018 não deixou ninguém indiferente. Ricardo Santos e José Filipe Lima, as duas principais referências portuguesas do Tour, não esconderam a sua tristeza. "Foi triste para nós, portugueses e amantes do golfe, porque seria importante para Portugal. Seria um bom impulso para o golfe nacional e para nós, jogadores, uma vez que teríamos mais torneios e seria mais fácil de angariar patrocinadores. Fica esse amargo de boca. Resta-nos continuar a trabalhar e lutar pelos nossos objectivos", disse o algarvio. Já Filipe Lima também se mostrou "muito triste", mas reconheceu que "a França estava a trabalhar muito bem na sua forte candidatura". " Mas vivo em França e tenho muitos amigos franceses, e antes prefiro uma vitória da França do que de Espanha, Alemanha ou Holanda", sublinhou.
