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A nova fórmula táctica improvisada por Jesualdo Ferreira para os jogos com o Rio Ave e Belenenses foi capaz de oferecer ao FC Porto duas vitórias tranquilas e suportadas por exibições seguras, coisa rara no Dragão nos tempos mais recentes. Apesar de ter perdido os extremos do plantel - estão todos lesionados - os portistas mantiveram-se fiéis ao sistema táctico que acompanhou a equipa ao longo das últimas quatro temporadas. No entanto, há diferenças, provocadas precisamente pela ausência de jogadores como Varela, Rodríguez ou até mesmo Mariano. O segredo para o sucesso desta nova fórmula - e não táctica - parece estar, sobretudo, na colocação de Rúben Micael; o médio tem jogado descaído sobre a esquerda do ataque, embora procure com regularidade zonas interiores do terreno, não só por vocação, mas também por indicação de Jesualdo Ferreira que, com isto, pretende obrigar Álvaro Pereira a emprestar profundidade ao flanco. Mas não é tudo. Rúben Micael conseguiu nestes jogos desempenhar duas funções numa só - encostar na linha, mas também organizar o jogo central da equipa. Para este sucesso, está também reservada uma palavra de apreço para a importância de Raul Meireles, que tem colocado em campo a sua inteligência táctica; o português esticou, sobretudo no Restelo, o jogo dos portistas para o flanco esquerdo, sobretudo através de permutas permanentes de posição com Rúben Micael. Com esta dupla, o meio-campo ganhou a consistência que lhe tinha faltado em outros jogos, mas sem perder a capacidade ofensiva. Antes pelo contrário; seis golos em dois jogos provam a teoria. E por isso, esta nova fórmula é para manter até ao final da época.