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>Domingos Paciência
"Estamos orgulhosos pelo que fizemos"
Domingos Paciência esteve por diversas vezes à beira das lágrimas, espelho fiel do balneário do Braga, no final do jogo, ao qual reconheceu um vencedor justo, ainda que não aquele que desejava. "Tenho de reconhecê-lo, pelo golo que fez", afirmou, procurando ser justo com o FC Porto, mas, sem deixar de destacar o valor do desempenho do Braga, na luta por um desfecho diferente. "Por aquilo que foi o jogo em si, fizemos uma grande segunda parte, conseguimos jogar mais em cima do FC Porto, pena é que o golo não tivesse acontecido, e pena é que o árbitro pudesse ter posto o FC Porto a jogar com 10, a partir do minuto 75, e não o tenha feito. O Sapunaru teria de ver o segundo cartão amarelo e o jogo poderia ser outro", declarou, lembrando que, no lance em questão, o lateral-direito portista "quase se começa a dirigir para o balneário, convencido de que ia ser expulso". "O árbitro optou por não mostrar o vermelho" e essa opção do juiz espanhol deixou nos responsáveis do Braga um travo de injustiça, numa final cuja história, para ser bem escrita, deveria ter um golo minhoto, sublinhou o treinador. O que se viu, em Dublin, foi "uma equipa com muito querer contra uma grande equipa, não haja dúvida, mas, os meus jogadores estão de parabéns", declarou, recuperando a história desta final: "A diferença faz-se no pormenor em que tudo pode mudar. Este jogo acaba por ser resumido em três, quatro momentos. É uma perdida de bola da nossa parte que dá o golo do FC Porto". Depois desse momento, o Braga mostrou muito mais argumentos, suficientes para anular a desvantagem. Soube ser "melhor equipa na segunda parte" e o que jogou merecia, pelo menos, o empate, insistiu: "A justiça seria o 1-1. É pena. Há um sentimento de orgulho, mas também de injustiça por não termos conseguido fazer golos". "O FC Porto foi eficaz", conformou-se, tendo sempre a preocupação de não deixar que as lágrimas do balneário - "Estou triste, como os meus jogadores estão", admitiu, sem reservas e sem ter como disfarçar a decepção - o impedissem de deixar bem vincado o "orgulho" de ser o líder da equipa que surpreendeu a Europa, ao qualificar-se para esta final, a terminar um ciclo de dois anos históricos para o Braga, que, esta época, na Liga dos Campeões e na Liga Europa, "viveu momentos únicos da sua história", só possíveis graças à união do plantel: "Estamos orgulhosos pelo que fizemos. Fizemos uma temporada de grande valor, o que enaltece o caráter e a qualidade desta equipa". "Somos a prova que, com ambição e crença, se consegue fazer muito", rematou o futuro treinador do Sporting.
