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>Entre descrença e palmadas nas costas
A montanha-russa que foi esta época para Djaló até começou em excitante alta velocidade e com o reconhecimento de quem sabe da poda. Tal como a equipa, o 20 entrou a toda a brida na promessa de outro Sporting. Em Julho passado, o avançado leonino armou o bom e o bonito frente ao Manchester City durante um torneio de pré-temporada nos Estados Unidos. Rendido, como O JOGO noticiou, Emmanuel Adebayor - então ainda nos citizens - fez questão de cumprimentar o internacional sub-21 português na zona dos balneários. Porém, quando o enlevo aparentava ser total, tudo se esfumou. A crise interna que corroeu a estrutura directiva leonina e os fracos resultados colectivos consequentes não pouparam presidente, treinador, jogadores.
Depois de enfrentar a perda de paciência das bancadas e lesões - chegou a parar um mês, em virtude de uma lesão muscular -, só nos últimos meses os níveis desejados foram atingidos e se conjugaram. Jorge Sequeira aborda a estabilização de Djaló num prisma científico. "Djaló surgiu agora mais concentrado, dando atenção ao relevante, e isso fez disparar a autoconfiança. Também confere mais orgulho, aumenta a coesão da equipa em relação ao próprio jogador. Há um suporte social maior, mais palmadas nas costas, e os aspectos comunicacionais são feitos numa base de maior empolgamento e menor receio. A motivação atinge pontos altos, o quadro mental passa a funcionar de forma positiva", sustentou o psicólogo docente na Universidade do Minho, que não deixa de sublinhar a relevância da correlação entre os diversos quadros mentais, mesmo os potencialmente nocivos. "Quando a ansiedade, a confiança, a motivação e a concentração se coadunam, aumenta claramente a probabilidade de um bom desempenho. A própria investigação já o demonstrou", finaliza.