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O Paços de Ferreira é um bom exemplo de como os clubes mais pequenos podem usar a cabeça para encaixar verbas de publicidade. No início da época, os pacenses capitalizaram o boné que transformaram, no início da década, num dos ícones do campeonato português. 150 mil euros foi quanto rendeu o contrato com a LabMed, empresa da área da saúde que colocou o logótipo no boné usado por treinador e jogadores nas flash interviews e conferências de Imprensa, e também nos calções de jogo e camisolas de treino.
Carlos Brito, professor de marketing na Faculdade de Economia do Porto, diz que "faz sentido" apostar num clube da dimensão do Paços. "Jogar na I Liga dá visibilidade e se a marca que apoia quer visibilidade nacional, para ter notoriedade, parece-me uma boa aposta", concorda. "O Paços de Ferreira, embora não seja uma equipa ganhadora, passa uma imagem batalhadora, aguerrida. Esse é outro aspeto a ter em conta quando patrocino um clube. Não sendo de primeira linha, o Paços passa uma imagem positiva. Acho que é um bom negócio para ambas as partes", resume.
José Mota, agora no V. Setúbal, foi o precursor do célebre boné pacense, que foi motivo de conversa e, também, gozo pelas suas cores garridas, com misturas cromáticas laranja e verde ou amarelo e verde, por exemplo. "Na altura foi uma novidade e toda a gente se ria do boné. É verdade que as cores não me agradavam muito. O primeiro era cor de laranja e também não gostei do formato. Mas a verdade é que aquelas cores tinham impacto e a mensagem passava, tanto a promover o supermercado Plus, como, mais tarde, a JCA", diz José Mota, a quem, recorda começaram a chamar "Zé do boné". Carlos Brito concorda com a leitura do treinador quanto à paleta cromática: "O importante é que chame a atenção. A última coisa que um patrocinador quer é que passe despercebido".
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