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Após várias tentativas de golpes palacianos em nome de um jogo de interesses e de obtenção ou cedência de poder, finalmente a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) está fadada para reentrar nos eixos.
Durante meses as associações de futebol espernearam numa estratégia de não aprovação de estatutos respeitadores do novo Regime Jurídico das federações desportivas. Houve cérebros a engendrar inclusive uma chapelada pela via da marcação (surreal) de eleições para as quais muniram-se de pontas-de-lança pouco lúcidos. Só que, mercê de muita negociação de bastidores e obtenção de trânsfugas da táctica "kamikaze", chegou-se a um ponto de viabilização de novas regras, e para o qual também se dispensavam campanhas de intoxicação e partes gagas, como a de agitar o espantalho da presença de dirigentes da UEFA e da FIFA (para aplicar umas reguadas aos mal comportados?) na Assembleia Geral da FPF de amanhã.
O novo ordenamento do colégio eleitoral federativo terá alguns defeitos mas possui uma grande virtude: acaba com o sindicato de votos vigente! Passando a não dispor nenhum dos sócios da FPF de maioria, obrigará à eleição de delegados susceptíveis de desalinharem dos capatazes. A democracia dá uma saudável trabalheira...
Ora, se era escusada esta perda de tempo, será excitante o foco seguinte: o do posicionamento de candidatos à presidência da FPF. Após Fernando Seara ter revelado a sua disponibilidade (condicionada) numa televisão de clube (a Benfica TV) confirmou-se ontem uma suspeita: Gilberto Madail está preparado para ir a votos! Madail tem a génese de um sempre-em-pé e vai ser curioso ver se terá adversários à altura.