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Ricardo Costa | Opção para jogar novamente a lateral-direito, sentiu enormes problemas para travar David Villa, sem dúvida o mais perigoso dos jogadores espanhóis. Estranha a insistente opção em evitar que o avançado não fugisse pela linha de fundo, permitindo-lhe, dessa forma, vários remates à baliza. Expulso por agredir Capdevila, deixando a equipa com menos um quando tinha de jogar o tudo ou nada nos derradeiros minutos.
Ricardo Carvalho | Voltou a realizar uma exibição serena, marcada por inúmeras recuperações e várias tentativas de lançar a equipa para o ataque. Com ele e Bruno Alves, Fernando Torres não teve muitas hipóteses de brilhar.
Bruno Alves | Exibição com muito trabalho, quase sempre bem feito, demonstrando enorme concentração. Não foi por ele que Portugal perdeu, acabando o jogo no ataque. Faltou, porém, alguma capacidade no jogo aéreo na grande área contrária.
Fábio Coentrão | Com a equipa quase sempre tão retraída e na expectativa, foi dos poucos que conseguiram levar a Selecção para a frente. Como tantas vezes aconteceu neste Mundial, aliou a velocidade à técnica, ganhando inúmeros lances e várias faltas. Foi ainda dele um belo cruzamento, aos 43', que terminou com um cabeceamento de Tiago ao lado.
Pepe | Manteve a titularidade conquistada frente ao Brasil e ajudou a tapar os caminhos para a baliza de Eduardo, impedindo a construção de jogo dos espanhóis. Falhou, todavia, na construção de jogo, perdendo muitas bolas e errando vários passes. Ainda sem ritmo, saiu para dar lugar a Pedro Mendes, quando a Espanha já estava na frente.
Tiago | Exibição de bom nível, a exemplo do que fez nos jogos anteriores. Defendeu, construiu jogo e ainda tentou o golo em duas ocasiões, aos 21' e 43', mas se na primeira Casillas defendeu com dificuldade, na segunda apareceu bem na zona de finalização para dar seguimento ao cruzamento de Fábio Coentrão, mas a bola saiu ao lado.
Raul Meireles | Exibição sem grande chama, a primeira deste Mundial. Correu muito para impedir a Espanha de praticar o seu habitual futebol ao primeiro toque, mas depois faltou-lhe maior capacidade de recuperação. Voltou a aparecer no ataque, como tão bem fez em jogos anteriores, e, numa dessas iniciativas, aos 39', fez um belo cruzamento para Hugo Almeida, mas a bola saiu ao lado.
Simão Sabrosa | Se, de um lado, era Cristiano Ronaldo que não funcionava, do outro estava Simão numa noite desinspirada. Pelo menos não tentou resolver tudo sozinho, mas pedia-se mais a um jogador que, curiosamente, esteve melhor quando saiu do banco do que quando jogou de início. Acabou substituído por Liedson na altura em que havia que refrescar e dar mais força ao ataque.
Hugo Almeida | Do trio atacante que iniciou o jogo, o ponta-de-lança era o que estava a ser mais perigoso e acabou por ser o primeiro a ser substituído. Muito esforçado, foi até possível vê-lo a defender, a lançar o ataque e a fazer cruzamentos. Na zona onde mais lhe competia jogar, na grande área, criou duas boas oportunidades, uma num cabeceamento que saiu ao lado, outra num lance em que obrigou Puyol a um desvio defeituoso e que quase resultava em autogolo.
Danny | Pouco mais de 24 horas depois de nem conseguir correr nos 15 minutos do treino a que os jornalistas tiveram acesso, recuperou subitamente e mostrou estar recuperado. Lançado na faixa esquerda, obrigou a defesa espanhola a recuar no terreno. Quase no fim, tentou o remate que podia ter dado o empate, mas Capdevila voou corajosamente e impediu que a bola chegasse à baliza.
Pedro Mendes | Ajudou Portugal a ter maior capacidade de recuperação de bolas e de circulação numa altura difícil, quando mandava mais o coração. E, nessa altura, o médio teve cabeça.
Liedson | Exibição dentro do nível que apresentou neste Mundial, ou seja, fraca. É certo que não tem culpa que a bola não lhe tenha chegado em condições, mas quando a teve, bem podia ter feito melhor. Portugal precisava de um Levezinho que resolvesse, o que não aconteceu.
Cristiano Ronaldo
Ás de trunfo... só no papel
O capitão era a grande esperança nacional, mas, em campo, realizou uma exibição muito fraca, paupérrima e, em determinados momentos, irritante. Sem chama, sem coração, chegou a virar as costas à bola, transmitindo a ideia de estar de mal com o mundo. A exemplo do que sucedeu na maioria dos jogos deste Mundial e como tantas vezes tem acontecido quando joga pela Selecção, abusou dos lances individuais, parecendo que estava a jogar sozinho. Insistiu no erro, apesar de raramente conseguir passar pelos adversários. E aquela estranha e incompreensível mania de querer marcar todos os livres, mesmo aqueles que eram a uma distância assinalável, é de levar qualquer um à loucura. Esteve em todas as posições do ataque e em nenhuma delas constituiu perigo para a baliza de Casillas.