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Durante o voo proveniente de São Paulo - com partida do aeroporto de Viracopos -, Luisão foi abordado por vários adeptos do Benfica que lhe pediram para ficar no clube. Mas a ideia que o central deixou ontem à chegada a Lisboa foi de quem quer dizer adeus, confirmando-se o que O JOGO já tinha escrito. "Estou aqui já há oito anos. É hora de dar oportunidade a outros dentro do Benfica, ver o que eles podem dar ao clube", assinalou, garantindo que se ficar na Luz, "de maneira alguma" o fará contrariado, mas revelando que vai falar com Luís Filipe Vieira para lhe dizer o que já decidiu depois de pensar sobre o assunto. "A gente pára para pensar, reflecte um pouco e percebe que tem de dar oportunidade a outros. Com frontalidade, a pessoa a quem devo satisfações é o presidente, e desta vez não vai ser diferente. A minha vontade vai ser expressada."
A explicação para esta vontade de partir encontra-se no desgaste de quase uma década em que só conquistou dois títulos: "O ano passado foi desgastante, perdemos muita coisa... Em oito anos no Benfica ganhei só dois títulos. Para mim, acho pouco", insistiu o capitão das águias, que garante não ter propostas... por enquanto. "Não cheguei com propostas, ainda. Pelo que sei do meu empresário, houve muitas sondagens ao longo destes oito anos, mas não tenho nenhuma proposta", clarificou, rejeitando a ideia de que, aos 30 anos, esta possa ser a sua última oportunidade de sair para um clube de outras dimensões: "Em futebol, não há disso. Se não me engano, Cafu assinou com o Milan com 32 anos [33]."
Como O JOGO havia adiantado, Luisão chegou a Lisboa ao início da tarde de ontem e, ao pescoço, trazia um cordão de ouro com uma medalha que explicava o seu atraso (que diz ter sido autorizado): a primeira letra do nome de cada membro da família. "Tenho a minha esposa grávida de sete meses e uma filha de três anos que ficaram mais de 30 dias longe de mim. Achei que tinha direito de ficar um pouco do lado delas", esclareceu, negando que tenha sido obrigado a voltar a Lisboa, como escreveu o jornal "Record". "Não fui obrigado; é mentira. É com espanto que vejo uma notícia a dizer que o presidente fez um ultimato. Nunca fez isso, e eu também não ia desrespeitar uma ordem dele", disse o central, cuja conversa com o líder encarnado já tem assuntos definidos. "Vai girar antes de mais em torno de tantas coisas que se escreveram nos jornais. Depois, o desenrolar... logo se vê."