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Contra todos os prognósticos. Este poderia ser o slogan promocional da subida do Feirense à I Liga. Pelo menos, é essa a mensagem que o grupo liderado por Quim Machado tem vindo a passar desde que na tarde de sábado confirmou a ascensão, ao ganhar na Vila das Aves, por 2-0.
"Nunca nos deram valor. Ainda há pouco tempo, uma sondagem atribuía favoritismo a Gil Vicente e Trofense e, se calhar, essa foi a nossa vantagem", anotara Quim Machado no sábado e, em conversa com o O JOGO, Roberto afinou pelo mesmo diapasão. "Temos esse jornal colado e ampliado no balneário. Só nós acreditávamos e isso deu-nos mais força e motivação. Provámos que somos uma grande equipa, um grupo muito unido e merecemos esta alegria", afirmou o experiente avançado brasileiro, não poupando elogios à equipa. "Fizemos um campeonato fantástico. Não fomos muito reconhecidos pela Imprensa, que falou sempre mais dos outros e foi-se esquecendo de nós, mas só uma grande equipa ganha 17 jogos numa liga tão competitiva como esta. O mister falava sempre disso nas palestras", contou. "Com a nossa união e vontade, e a ajuda dos adeptos, conseguimos. Agora, queremos ser campeões", completou.
"O clube merecia isto, porque tem directores sérios, cumpridores e com os pés bem assentes no chão", destaca Roberto, considerado um avançado talhado para jogar na Liga Orangina. "É mais difícil jogar na II Liga do que na I. Não tem tanta técnica mas é muito física. Sou alto e forte e tenho essa facilidade de segurar a bola, e sinto-me bem a jogar aqui", explica.
Propostas do estrangeiro colocam futuro em aberto
Prestes a fazer 34 anos, Roberto ainda não sabe onde vai jogar na próxima temporada. "Tenho algumas propostas do exterior, Catar e Emirados Árabes Unidos, e tenho de ponderar também em função da minha família", revelou o melhor marcador do Feirense na Liga Orangina, com nove golos, reconhecendo que jogar no escalão maior "também seduz". "Na época passada tive alguns convites da I Liga, mas o presidente convenceu-me a ficar e ainda bem que o fez", lembra.