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O mundo é uma aldeia. Tão pequena que tropeçamos em gente conhecida pelas esquinas mais recônditas. De tal forma que o fenómeno até chega a impressionar um "habitué" das viagens como Filipe Albuquerque, piloto de automóveis. "Há uns anos, estava eu descansado em Nova Iorque, a escolher o que havia de comer num restaurante de 'fast food', quando dei um encontrão noutra pessoa. Apressei-me a pedir desculpas mas qual não foi o meu espanto quando me viro e vejo que era um grande amigo meu do tempo da escola", conta o piloto da Audi, ainda incrédulo, três anos depois. Vicissitudes de quem passa os dias pelos aeroportos, num mundo cada vez mais global.
Aos 26 anos, Filipe Albuquerque é um dos mais internacionais pilotos portugueses, de uma geração que tem seguido as pisadas de nomes como Pedro Matos Chaves, Manuel Gião, Pedro Couceiro ou Pedro Lamy. Após ter passado pelos karts e diversas fórmulas, estabeleceu-se em 2010 no DTM. Por isso, faz cerca de 70 a 80 viagens por ano, só na Europa. Imagine-se o tempo que perde em balcões de "check-in" e filas para detectores de metais.
Para o piloto de Coimbra, que já foi campeão dos campeões, em 2010, as viagens de avião já são uma rotina. "Este ano consegui o cartão Gold de uma companhia, que é uma grande ajuda para evitar filas. Tenho acesso ao lounge, que me garante mais sossego enquanto espero. Já começo a dominar o palavreado das companhias aéreas e das empresas de aluguer de carros. Não me dão a volta às três pancadas", frisa, fruto da experiência acumulada a perder bagagens ou até aviões. Mas nunca perdeu um Natal em família. "Sempre tive a sorte de chegar a tempo. Quando fiz 17 anos apanhei um avião às 8 horas para Itália e depois mais dois aviões. Quando cheguei, finalmente, ao hotel, tive de dividir o quarto com o mecânico que só ressonava. Nunca mais me esqueci desse aniversário", recorda.