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Vai ser, como é costume dizer quando se defrontam dois panzers, uma final de "partir pedra", aquela que o espanhol Rafael Nadal e o checo Tomas Berdych vão disputar amanhã em Wimbledon.
Nadal, de 24 anos, 1,85 m e 85 kg, é o actual líder do ranking ATP, e a presença numa final na Catedral está longe de ser novidade. Aliás, o maiorquino vai discutir o título pela quarta vez consecutiva. Antes da ausência forçada no ano passado por causa da lesão nos joelhos, sagrou-se campeão em 2008 e perdeu em 2006 e 2007. O adversário foi sempre o mesmo: Roger Federer.
Berdych, que completa 25 anos em Setembro, mede 1,96 m e pesa 91 kg, tendo garantido o regresso ao Top 10 de um ranking ATP em que ocupa o 13º lugar, vai, como confessou, viver o sonho de qualquer criança que um dia decide ser tenista: participar na final da mais mítica das quatro etapas do Grand Slam.
O checo foi ontem o primeiro a superar as meias-finais. Em três sets (6-3, 7-6, 6-3) dominou o sérvio Novak Djokovic e quebrou um jejum de 23 anos desde a presença de um compatriota (Ivan Lendl) na final de Wimbledon.
Nadal voltou, tal como em 2008, a ser um pesadelo para os adeptos britânicos em geral e Andy Murray em particular. Também em três sets (6-4, 7-6, 6-4), impôs-se ao escocês que parece herdar o trauma de Tim Henman na incapacidade de ir mais longe do que as meias-finais e de suceder a Fred Perry, o último britânico campeão, há quase 75 anos.
Numa edição em que Federer não passou dos quartos-de-final e Nadal tremeu, no início, com o reaparecimento das dores no joelho esquerdo, Murray, de 23 anos, parecia ter pela frente a melhor oportunidade de sempre de chegar pelo menos à discussão do título. Em vão! O único jogador do actual Top 4 do ranking mundial que nunca venceu um Grand Slam voltou ontem a bloquear nos momentos-chave e não encontrou o melhor antídoto para ganhar na relva ao melhor jogador do mundo na... terra batida.
Nem mesmo a presença na tribuna de honra do futebolista David Beckham, que horas antes lhe enviou uma mensagem de apoio através do Twitter, ajudou Murray. Ele que até se reconciliou com a namorada, após a ruptura por passar muito tempo com videojogos, tendo voltado a viver juntos numa mansão que comprou por quase sete milhões de euros!