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Como se estivesse metido num carrossel descontrolado, o Guimarães voltou a andar de pernas para o ar, chegando a acusar sérios sinais de enjoo, e acabou na mó de baixo. O quinto lugar era um exclusivo da equipa de Manuel Machado, que até ao fim da época se comprometeu a lutar pelo prestígio, mesmo já com a presença na Liga Europa garantida via final da Taça, mas a deslocação à Mata Real revelou-se fatal. É mais um marco histórico para os castores, que colocaram um ponto final numa série maldita de seis jornadas sem ganhar com uma reviravolta mirabolante, e nada mais do que isso, pois é sabido que a Direcção do clube optou por prescindir da inscrição na prova europeia em função da saúde financeira. Um bom exemplo que encantaria, por certo, a famosa "troika" do FMI.
Em Dia Mundial da Dança, o Guimarães até começou por dar ao pezinho. Os visitados dominavam, metiam velocidade pelas alas mas metiam água na zona central da defesa e não era pelo regresso da chuva; antes pelos lapsos confrangedores de Javier Cohene. Era pouco? Chegava e sobrava para Faouzi aproveitar, como já fez esta época contra o FC Porto e a Académica. O golo do marroquino empolgou a equipa, que parecia ter caminho aberto para cavalgar rumo à segunda vitória consecutiva; a vítima parecia estar encontrada. Não tardou a perceber-se, porém, que não passava de uma ilusão, graças precisamente ao mesmo Faouzi. Dois golpes de teatro na área valeram-lhe a expulsão, por acumulação de amarelos, e o Paços acabou por sitiar a baliza de Nilson. Por mais que Alex, Anderson e N'Diaye fizessem os possíveis por espantar Rondón e companhia para longe, os lances de perigo multiplicavam-se na área vitoriana e já em cima do intervalo a igualdade já era uma realidade, com a assinatura de Olímpio, que soube alhear-se de um penálti polémico.
No segundo tempo, mais do mesmo, pós-expulsão de Faouzi, claro. Manuel Machado fazia os possíveis por tapar buracos com as entradas de Jorge Ribeiro e João Ribeiro, enquanto o Paços carregava sem dó, nem piedade. Adivinhava-se uma segunda estocada. Caetano fê-lo de forma épica.
