Corpo do artigo
Apesar de terem vencido em Oslo (1-0), os noruegueses não estão propriamente confiantes para o segundo duelo com Portugal, este sábado, na Luz. Os nórdicos sabem que a selecção lusa mudou radicalmente desde esse jogo de 3 de Setembro do ano passado - o último antes da entrada de Paulo Bento -, a ponto de Egil Olsen, histórico seleccionador daquele país, já ter dito que, de momento, não vê ninguém no mundo tão bom como o conjunto das Quinas. Impressão também forçada por alguém que não jogou no Ullevaal Stadion e está garantido no embate de sábado, na Luz: Cristiano Ronaldo, precisamente. A presença do avançado português do Real Madrid é tão significativa para os norugueses que estes, mostrando sentido de humor e um assinalável poder de encaixe, até se riem de si próprios, como se percebe pelo insólito com que O JOGO se deparou ontem, em Óbidos: um repórter do campeão de vendas VG apresentou-se no treino da Selecção com uma fotografia que tinha tirado a Tom Hogli, defesa-direito da Noruega, onde este aparece a devorar um cachorro-quente generosamente coberto de maionese, ketchup e mostarda - coisas saudáveis para quem no sábado vai ter a dura missão de parar o CR7.
A ideia, segundo contou Oyvind Herrebroden a O JOGO, era entregar a fotografia a Ronaldo para lhe perguntar directamente se ele acha que alguém que se alimenta assim tem hipóteses de o travar, mas o melhor que o jornalista do VG conseguiu foi mostrar a imagem a Paulo Bento, no final do treino. Apanhado desprevenido, o seleccionador português mostrou um ar curioso antes de sorrir discretamente, como que não querendo desvalorizar o adversário, mas, para os noruegueses, esse contraste nos hábitos alimentares acaba por vincar a diferença de potencial entre as duas selecções. "Normalmente, a ideia que se tem de alguém a quem compete marcar um jogador como Cristiano Ronaldo é a de preparação máxima, rigor, cuidado absoluto com tudo. Algo que não se pode dizer que este nosso jogador faça...", desabafa Herrebroden, mais em tom de divertimento do que de censura. "Sabemos que Portugal está noutro patamar e duvidamos de que o jogo de Oslo se possa repetir agora, embora isto não queira dizer que não levemos as coisas a sério. Será bastante difícil, mas creio que a melhor maneira de sonharmos com um bom resultado até é mesmo não estar obcecado com nada", diz o jornalista norueguês.