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A crise chegou definitivamente à Volta ao Funchal, a principal prova de atletismo de final de ano da Madeira e que no próximo dia 28 comemorará a 53ª edição, sendo a quarta prova nacional mais antiga, depois da Estafeta Cascais-Lisboa (71 edições) e do GP de Natal de Lisboa e da Volta a Paranhos (54 edições cada). A prova, este ano sem comparticipação do Governo regional, passa pela maior crise dos últimos anos, patente na escassez no quadro de atletas portugueses de primeiro plano contratados, resumindo-se a José Rocha, medalhado de bronze no Europeu de crosse. "É mais barato contratar estrangeiros do que portugueses", diz Policarpo Gouveia, presidente da Associação de Atletismo da Madeira e director da prova, referindo-se aos "preços exorbitantes" das viagens entre o continente e a ilha. "O preço de uma passagem de Lisboa para o Funchal custa mais de 450 euros, mais caro do que de um país do centro da Europa", adianta Policarpo Gouveia, que também revelou a dificuldade de contratar atletas portuguesas: "Há muitas atletas que estão lesionadas, e outras que exigem contrapartidas financeiras inatingíveis." Talvez por isso a principal estrela seja uma ugandesa, de 20 anos, chamada Rebecca Cheptegei, que tem no seu passado mais recente um segundo lugar na Meia Maratona de Madrid.