Corpo do artigo
>Coração de dragão nascido no Minho
Até que ponto vai a paixão por um clube? Para um grupo de portugueses que vive em Elizabeth, Nova Iorque, até ao fim do mundo. A cidade norte-americana está separada de Dublin por mais de cinco mil quilómetros, mas isso não impediu que Fernando Braga, Manuel Santos, António Costa, Sérgio Costa e Carlos Pereira se enfiassem num avião para apoiar o FC Porto na final, como, de resto, fizeram muitos outros portistas radicados um pouco por todo o globo, de França, Suíça, Itália, Alemanha ou Inglaterra. À partida, esta parece ser mais uma história sobre adeptos emigrantes, mas há algo que a diferencia das demais. É que a maioria dos elementos deste grupo de portistas - Manuel Santos, natural de Crestuma (Vila Nova de Gaia), era a excepção - nasceu no distrito... de Braga. Ora, como é possível um minhoto estar a torcer pelos dragões quando o adversário é a equipa da região onde têm as suas raízes? "Isso não quer dizer que não gostemos do Braga, mas o coração manda mais nestas alturas", contava, a O JOGO, Fernando Braga ainda antes do apito inicial, devidamente equipado com as cores dos dragões, mas com um capacete no mínimo original, construído com garrafões de vinho. A parte inferior era dedicada aos arsenalistas, a superior aos azuis e brancos. Para abrilhantar ainda mais a peça, uma miniatura de Hulk, a figura da banda desenhada que dá nome ao número 12 dos portistas.
O grupo fez furor pelas redondezas do Dublin Arena, mas não é propriamente estreante nestas andanças. Sevilha (2003) e Gelsenkirchen (2004) também constam da lista de paragens no passado, e ambas permitiram a possibilidade de enfrentar a longa viagem de regresso a Nova Iorque com um sorriso. Por isso, as perspectivas para o encontro de ontem só poderiam ser as melhores.
