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Para alimentar o (difícil) sonho da permanência, o Portimonense tem de ganhar esta noite em Alvalade, palco onde nunca o conseguiu. Perdeu, aliás, todos os 13 jogos disputados e raramente marcou golos. Apenas Rui Águas e o belga Serge Cadorin o fizeram - um bis cada -, nas duas únicas ocasiões em que os algarvios facturaram na casa do leão.
Às óbvias dificuldades que a partida de logo à noite encerra junta-se, pois, o peso da tradição, que os pupilos de Carlos Azenha sabem que têm de quebrar. À laia de inspiração, pelo menos no que ao nome dos goleadores diz respeito, podem pensar nas épocas de 1984/85 e 1985/86, as tais em que Rui Águas e Cadorin chegaram a dar vantagem ao Portimonense. Tratou-se do período de ouro dos algarvios, que alcançaram então o melhor lugar de sempre (5º) no campeonato e respectivo bilhete para a Taça UEFA.
Serge Cadorin foi o último jogador dos algarvios a marcar em Alvalade. Os leões venceram por 4-2, mas o belga foi o primeiro a festejar, numa equipa treinada por Vítor Oliveira, que nas épocas anteriores, curiosamente, fora seu companheiro de equipa. "Cadorin era um jogador com umas qualidades físicas incríveis", conta o actual técnico do Aves. "Era rápido, poderoso e tinha imenso faro pelo golo. Rematava fortíssimo, em especial com o pé direito", recorda. Vítor Oliveira lembra-se bem desse encontro. "Fez um jogo fantástico! Estivemos na frente do marcador e só baqueámos perto do fim. Cadorin, quando tinha espaço, chegava a ser irresistível. E depois, contra os grandes, caprichava em dar nas vistas", sublinha o treinador. "Cadorin esticava o jogo, dava-lhe profundidade e era muito rápido nas saídas para o contra-ataque, nunca perdendo o sentido da baliza", prossegue, lamentando, porém, que o avançado fosse "um bocado anárquico e avesso ao rigor dos treinos".
