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Altas, loiras, bonitas, nascidas no Leste, emancipadas no Ocidente (EUA) e empatadas (3-3) nos confrontos entre ambas, eis o que aproximava a bielorrussa Victoria Azarenka da russa Maria Sharapova, antes da final do Open da Austrália. Uma hora e 22 minutos depois, emergiram diferenças e seguiram rumos diferentes. Vika impôs-se, 6-3, 6-0, ergueu o primeiro troféu do Grand Slam e, ao levantar o braço direito, com o dedo indicador esticado, a nova número um mundial criou uma imagem daquelas que dispensam mil palavras.
Cadência de jogo, perfeição dos golpes de esquerda a duas mãos, gritos selvagens, marcaram uma final um pouco desarticulada e estereotipada. Velocidade de bola estonteante, pouca imaginação, mas muita geometria, numa batalha do fundo do court. Dessa zona do campo para a frente, só pelo seguro. Ambas procuraram concluir o ponto junto à rede o mesmo número de vezes; Azarenka foi mais bem sucedida em seis pontos, contra três da adversária.
A nova rainha do ténis feminino afastou demónios do passado - medo de ganhar, de perder ou até da própria sombra - e viveu um dia perfeito. Aos 22 anos, atinge o Eldorado, depois de aos 14 ter abandonado Minsk e rumado a Scottsdale (Arizona), onde um jogador russo de hóquei no gelo, amigo da sua mãe, a acolheu cheia de mordomias e lhe patrocinou o início da carreira.
