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>"Até já fui pré-convocado para a Selecção Nacional"
De todos os jogadores que o Braga cedeu esta temporada, nenhum tem tantos jogos realizados como Mário Felgueiras. Apesar de o Brasov já ir no terceiro treinador esta temporada, o guarda-redes tem sido intocável e até já conseguiu despertar a atenção de Paulo Bento. Por isso, espera fazer parte dos planos dos arsenalistas na próxima temporada.
Como tem corrido a experiência no Brasov?
Estou muito contente com a minha opção e por ter vindo para a Roménia. As coisas têm corrido bem, participei em todos os jogados da equipa e sinto que tenho evoluído, que era o meu principal objectivo. Aliás, se soubesse o que sei hoje, teria vindo mais cedo para o estrangeiro.
Quais as diferenças entre esta experiência na Roménia e as que teve em Portugal?
Estou numa cidade impecável, que nem parece romena, e as pessoas são muito apaixonadas pelo futebol. Fala-se de futebol durante todo o dia, as televisões transmitem muitos jogos e o mediatismo é enorme. Isso faz-nos sentir mais jogadores e mais acarinhados pelas pessoas. O estilo de jogo é, porém, diferente e, se calhar, as equipas são menos evoluídas tacticamente do que em Portugal. O Braga, por exemplo, será mais desenvolvido do que os clubes grandes da Roménia.
O que o levou a aceitar mais um empréstimo?
Na altura em que assinei contrato com o Braga era novo e sabia que não seria fácil afirmar-me no clube. No entanto, já passaram quase quatro anos, tenho agora 25 e sinto-me mais homem e mais jogador neste momento. Além disso, o mister Leonardo Jardim disse-me que seria melhor ser emprestado por uma questão de evolução, eu não queria estar parado e aceitei vir para o Brasov. Ninguém me dava garantias que iria jogar mas decidi vir, até porque ia ser treinador pelo Toni, que me conhecia. A verdade é que ele nem sequer fez um jogo. Mesmo assim, tenho merecido a confiança dos outros dois treinadores que já tivemos.
Pensa num regresso a Braga, como sucedeu com Eduardo no passado?
Como ainda tenho mais um ano de contrato com o Braga, claro que o meu objectivo passa por regressar, mas sei que não depende só de mim. Neste momento tenho de estar concentrado em ajudar o Brasov a conseguir os objectivos que traçou no começo de época e no final logo se verá.
Coloca a hipótese de continuar no estrangeiro?
É difícil dizer nesta altura. Se calhar foi preciso vir para fora para ser pré-convocado para a Selecção Nacional. Cheguei a receber algumas cartas e, inclusive, a falar com mister [Ricardo] Peres, que veio ver-me jogar à Roménia. Em Portugal, talvez porque não jogava, porque era novo ou porque os estrangeiros são um pouco mais valorizados, não tinha essa atenção. E essa foi outra das razões que me fizeram mudar. Joguei na II Divisão B e na Liga Honra e sei que há muita qualidade nesses campeonatos; o problema é que não se aposta nesses jogadores. Por isso, vir para fora foi uma das melhores opções que tomei. Sonho um dia chegar à Selecção e, vir para fora, fez com que, pelo menos, as pessoas se lembrassem de mim.