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>Alterações na competição prejudicam os mais jovens
Como forma de tentar minorar alguns estragos causados pela crise financeira, que reduziu o número de equipas profissionais, o ciclismo sofreu esta época bastantes mudanças. O escalão de sub-23, que continuou pujante, foi afectado e nem tudo melhorou. Os jovens passaram a competir grande parte da época com os mais velhos, ressentindo-se nos resultados, mas também perderam com a extinção do Troféu RTP, prova que granjeou enorme prestígio ao longo dos últimos anos.
Com efeito, o Troféu RTP era uma competição muito participada e com a vantagem de garantir umas largas horas de ciclismo ao longo do anos, em horário nobre, naquela estação pública. Chegaram a ser estudadas algumas fórmulas para se conseguir arrancar com um novo troféu, mas nem todos foram sensíveis aos apelos, pelo que resta tentar novo entendimento no futuro.
Por outro lado, a Taça de Portugal é disputada num novo formato, juntando equipas profissionais e sub-23. Embora existam classificações diferenciadas, a verdade desportiva acaba por ficar algo desvirtuada, pois os corredores mais jovens são obrigados a esforços suplementares. Competir "contra" atletas com outro andamento é extremamente desgastante e não dá hipóteses de grande sucesso, ainda que a Aluvia/Valongo, através do seu corredor Fernando Costa, tenha ganho a etapa de Albergaria.
Mesmo perante um panorama pouco animador em termos competitivos, os homens do ciclismo - aqueles que verdadeiramente gostam da modalidade - têm contornado obstáculos com a mestria de quem arranca para a vitória numa etapa. Porque em causa está o ciclismo virado para os mais jovens, assim como o sacrifício de patrocinadores, que mesmo estando nos sub-23, obviamente investem para serem vistos.