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Sem nada a esconder. Foi assim que Luís Filipe Vieira se apresentou na TVI, para ser entrevistado por Judite de Sousa. O presidente encarnado não fugiu a nenhum dos assuntos da actualidade benfiquista e, após negar quaisquer irregularidades nas transferências encarnadas, deixou uma ideia para a Polícia Judiciária (PJ).
"Criem uma brigada especial para investigar de alto a baixo os primeiro e segundo classificados deste último campeonato. Investiguem de uma ponta a outra as contas dos dois nos últimos dez anos", pediu, arrolando o FC Porto para o caso. "No Benfica todos os contratos são auditados e todas as transferências são pagas directamente aos clubes. Não temos offshores, transferimos o dinheiro via Swift. Não sei o que é isso de comissões", garantiu.
No que respeita à transferência de Júlio César, Luís Filipe Vieira explicou todo o negócio. "O Benfica comprou-o ao Belenenses por um milhão de euros e entregou 24 letras para o pagamento. A transferência foi direccionada entre o Benfica e o Belenenses e não houve intervenção de mais ninguém. Passado uns meses, apareceu alguém com 12 letras que tinha direito a uma determinada percentagem do passe. Essas letras totalizavam cerca de meio milhão de euros e nós dissemos que estávamos disponíveis para liquidar essa dívida de imediato se nos fizessem um desconto - 125 mil euros. Passámos um cheque e para nós é assunto encerrado", garantiu o presidente encarnado, jurando que nem sequer conhecia o advogado Luís Miguel Henrique, que representa Jorge Jesus e também a empresa a quem o Benfica pagou a tal verba.
O líder dos encarnados assumiu também que a PJ esteve na Luz para solicitar o contrato de Roberto, mas "há uns meses largos". "Nós mostrámo-lo. Foi tudo feito com legalidade. É fácil ver se o dinheiro entrou no Atlético de Madrid, a PJ só não o encontra se não quiser", disparou, convidando a Polícia a visitar a Luz sempre que necessário. "Temos boas salas para os receber. Eu não fujo, estou cá e posso prestar declarações a qualquer momento", salientou.