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Rui Patrício | Mais sereno e sem ser obrigado a muito trabalho a despeito do sufoco sofrido no segundo período da partida. O número um leonino segurou facilmente um primeiro remate de Konko (8') e teve o ponto alto ao defender um golpe de cabeça de Sculli num lance de grande pavor na sua área. Sem tremer na reacção aos passes atrasados, só mesmo a astúcia de Klose levou a melhor no 1-1.
João Pereira | Muito atirado para a frente como é sua imagem de marca, dobrou a linha divisória amiúde, sempre buscando o entendimento com Matías, mas aqui caiu na falta de andamento do chileno. Intenso, agressivo a defender e esperto nos duelos, foi vital a sua acção nas poucas alturas em que a equipa teve bola na etapa final.
Onyewu | Se fizesse colecção de cortes, o norte-americano enchia a caderneta numa só noite. No ar, foi (quase) tudo do norte-americano, demonstrando boa reacção e antecipando-se com autoridade aos avançados contrários. Pese a falha colectiva no golo de Klose, o gigante foi isso mesmo quando a Lázio buscava o empate no desespero até uma falta cavou na sua área, descansando as bancadas.
Polga | De novo titular, de novo capitão, começou por se mostrar invulgarmente muito ofensivo e testou a atenção de Marchetti aos 33' após um canto. Não desviou o esférico no lance em que Klose empatou, mas foi bravíssimo na luta com Cissé quando a equipa tinha menos um, chegando para as demais encomendas.
Insúa | Quão voláteis são os momentos e os ânimos no futebol. O argentino estava oscilante no jogo, complicando um pouco até, pese ter sido seu o primeiro remate com perigo, transviado por Álvaro González (15'). Incerto nas combinações com Capel, vingou-se com estrondo ao aproveitar um alívio de Konko para dar um "coice" tremendo de pé canhoto, para o 2-1 num golo arrebatador... que deu a vitória. Viu o amarelo de seguida. Borrou a pintura aos 50', quando abusou as sorte num lance mais ríspido, recebendo ordem de expulsão. Saiu ilibado pelo tribunal de Alvalade, sob aplausos.
Matías Fernández | Dos mais pálidos leões, o internacional chileno preencheu a meia-direita, mas foi quase sempre incipiente, sem rasgo nem disparo. Muito massacrado pela oposição, decaiu rapidamente de rendimento e frescura quando se viu forçado a defender mais. O que lhe sobrava em vontade, faltava em agilidade.
Schaars | Mais rápido e desenvolto, o holandês foi um operário infatigável ao longo de toda a partida. Forçou Marchetti a duas intervenções, aos 16' e 32', de bola corrida e parada, respectivamente, e atestou o cartão de milhas terrestres na segunda parte, tanto que palmou terreno quando a equipa caiu em inferioridade numérica. Deu a organização possível - não foi pouca... - à manobra leonina com o esférico dominado, empregou raça e eficiência nas recuperações e acabou entre o meio-campo remendado e a linha atacante. De grande influência.
Carrillo | Só parado em falta, o jovem peruano que se vai atrevendo voltou a mostrar bons detalhes, em especial quando atalhou caminho rumo à baliza italiana num belo passe para Wolfswinkel no fim do primeiro período. Vítima das circunstâncias, saiu aos 52', sacrificado pela expulsão de Insúa.
Capel | Vigiado de perto por Konko, conseguiu mesmo assim ameaçar a área adversária com cruzamentos esparsos, mas ameaçadores. Foi por isso que ofereceu o golo a Wolfswinkel com o seu pé cego (o direito). O espanhol que caiu no goto da assistência, foi dos poucos a criarem perigo na segunda metade, numa iniciativa a solo, concluída com defesa de guardião italiano. Substituído sob ruidosos aplausos.
Wolfswinkel | Seis golos nos últimos cinco jogos podiam sintetizar mais um contributo do holandês que se vai impondo, mas seria criminoso não enaltecer aquele soberbo e subtil toque com a parte interior da bota esquerda do nove, em resposta ao centro de Capel, que transformou num artístico 1-0. O golo foi de ponta-de-lança. Falhou o segundo num disparo diagonal ao cair da primeira parte, após uma sua recuperação de bola e, mesmo esgotado, praticamente sem ter bola, deu toda a luta que podia para impedir o ascendente da Lázio.
Evaldo | Entrou por força da expulsão de Insúa, para o qual perdeu a titularidade. O lateral pareceu também por isso afectado. Acumulou vários erros, mas valeu-lhe o esforço colectivo.
André Santos | Rendeu Matías aos 69', cuja posição ocupou, encostando à direita. Malandro, o jovem médio tentou cavar faltas, congelar o jogo e dar mais certeza na circulação e, sobretudo, contenção de bola, uma missão inteiramente cumprida quando o jogo nada de simpático tinha para os verdes e brancos.
Carriço | Regressou ao activo aos 74', entrando para dar consistência ao sector intermédio. Preencheu o espaço, deu maior consistência e agressividade na defensiva, prestando um auxílio crucial quando tocava a matar como possível a iniciativa laziale.